Revista Brasileira de Educação do Campo
Brazilian Journal of Rural Education
ARTIGO/ARTICLE/ARTÍCULO
DOI: http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e9000
Tocantinópolis/Brasil
v. 5
e9000
10.20873/uft.rbec.e9000
2020
ISSN: 2525-4863
1
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Licenciatura em Matemática da Universidade do Estado
do Pará UEPA e a formação para o trabalho docente no
contexto rural de Conceição do Araguaia PA
Kamilla Ferreira da Silva
1
, Idemar Vizolli
2
1
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - UNIFESSPA. Instituto de Ciências Exatas (ICE). Avenida dos Ipês, s./n.,
Cidade Universitária. Marabá - Pará. Brasil.
2
Universidade Federal do Tocantins - UFT.
Autor para correspondência/Author for correspondence: kamilla.silva@unifesspa.edu.br
RESUMO. Este artigo teve como objetivo verificar que
aspectos da prática docente no contexto rural são contemplados
no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) do curso de Licenciatura
em Matemática da Universidade do Estado do Pará UEPA.
Para tanto desenvolveu-se uma pesquisa descritiva e documental
com abordagem qualitativa pautada na análise do histórico do
ordenamento jurídico constante no parecer do Conselho
Nacional de Educação CNE/CEB 36/2001, nas reflexões de
Borges (2012) sobre a escola e prática docente no contexto rural
e na proposta do programa da Etnomatemática de D’Ambrósio
(2019) como recurso metodológico para ressignificar o ensino
de matemática no contexto rural. Os resultados mostram que
conforme o PPC do curso de Licenciatura em Matemática, a
UEPA trabalha com uma proposta de formação docente com
capacidade de autonomia intelectual com conhecimento da
realidade sociocultural da região que é formado por uma
considerada parcela de população rural. Os resultados revelam
ainda que, embora o curso não seja específico para a Educação
do Campo, disciplinas em que o professor formador de
professores pode problematizar e debater a realidade e desafios
da educação para a população campesina.
Palavras-chave: Projeto Político Pedagógico, Licenciatura em
Matemática, Contexto Rural.
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Degree in Mathematics from the University of the State of
Pará - UEPA and training for teaching work in the rural
context of Conceição do Araguaia PA
ABSTRACT. This article aimed to verify which aspects of
teaching practice in the rural context are included in the
Pedagogical Course Project (PPC) of the Mathematics Degree
course at the State University of Pará - UEPA. To this end, a
descriptive and documentary research was developed with a
qualitative approach based on the analysis of the history of the
legal system contained in the opinion of the National Council of
Education CNE / CEB 36/2001, in the reflections of Borges
(2012) on the school and teaching practice in rural context and
in the proposal of D'Ambrósio's Ethnomathematics program
(2019) as a methodological resource to resignify the teaching of
mathematics in the rural context. The results show that the PPC
of the Degree in Mathematics, UEPA works with a proposal for
teacher training with the capacity for intellectual autonomy with
knowledge of the socio-cultural reality of the region, which is
formed by a considered portion of the rural population. The
results reveal that, although the course is not specific to rural
education, there are disciplines in which the teacher-educating
teacher can problematize and debate the reality and challenges
of education for the rural population.
Keywords: Political Pedagogical Project, Degree in
Mathematics, Rural Context.
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Licenciado en Matemáticas por la Universidad Estatal de
Pará - UEPA y capacitación para el trabajo docente en el
contexto rural de Conceição do Araguaia PA
RESUMEN. Este artículo tuvo como objetivo verificar qué
aspectos de la práctica docente en el contexto rural están
incluidos en el Proyecto del Curso Pedagógico (PPC) del curso
de Grado en Matemáticas en la Universidad Estatal de Pará -
UEPA. Para este fin, se desarrolló una investigación descriptiva
y documental con un enfoque cualitativo basado en el análisis de
la historia del sistema legal contenido en la opinión del Consejo
Nacional de Educación CNE / CEB 36/2001, en las reflexiones
de Borges (2012) sobre la escuela y la práctica docente en
contexto rural y en la propuesta del programa de
Etnomatemáticas de D'Ambrósio (2019) como recurso
metodológico para resignificar la enseñanza de las matemáticas
en el contexto rural. Los resultados muestran que el PPC de la
Licenciatura en Matemáticas, UEPA, trabaja con una propuesta
de formación docente con capacidad de autonomía intelectual
con conocimiento de la realidad sociocultural de la región, que
está formada por una parte considerada de la población rural.
Los resultados revelan que, aunque el curso no es específico
para la educación rural, existen disciplinas en las cuales el
maestro educador puede problematizar y debatir la realidad y los
desafíos de la educación para la población rural.
Palabras clave: Proyecto Pedagógico Político, Licenciatura en
Matemáticas, Contexto Rural.
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Introdução
Formação de Professores é uma linha
de pesquisa educacional com grandes
produções científicas no Brasil. Contudo,
ainda é preciso avançar em pesquisas nessa
área que contemple a atuação docente no
contexto rural e o resultado dessas
pesquisas precisa ser convertido em
políticas públicas educacionais para a
população campesina que, no decorrer da
história da educação no Brasil, por muitas
vezes foi negligenciada.
As regiões rurais são formadas por
uma população que tem características
próprias nos aspectos culturais, sociais e
econômicos, que precisam ser
reconhecidos e valorizados na educação.
Nesse sentido, esse artigo inicia
problematizando as políticas públicas para
a população campesina que
tradicionalmente foi esquecida na história
do ordenamento jurídico brasileiro.
Baseado nas reflexões de Borges (2012)
sobre a escola e o trabalho docente no
contexto rural, o texto faz referência ao
papel protagonista do educador para
conduzir o processo de ensino e de
aprendizagem que para isso precisa ter
atitudes conscientes de valorização das
características e demandas da população do
campo. Apresenta de forma sucinta o
programa da etnomatemática como
proposta pedagógica de ressignificar a
prática do ensino de matemática no
contexto rural.
O estudo finaliza com a apresentação
da análise do Projeto Político do Curso de
Licenciatura de Matemática da
Universidade do Estado do Pará,
ressaltando as disciplinas que apresentam
temas que permitem abordar e
contextualizar aspectos do contexto rural,
concluindo com a percepção que o curso
não contém direcionamento específico de
formação docente para atuação nesse
âmbito, porém seu currículo é composto
por temas e conteúdos da Matemática e da
Educação Matemática com implicações
sociais, culturais e políticas que permitem
ao professor formador de professores
problematizar e debater a realidade, a
demanda e os desafios da educação para a
população campesina.
Políticas públicas para a população
campesina
A população campesina é uma
população tradicionalmente esquecida
pelas políticas públicas brasileiras,
principalmente no contexto educacional.
Essa verdade fica evidente ao analisarmos
o histórico do ordenamento jurídico
brasileiro, as reformas educacionais
brasileiras e a relevância das lutas dos
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movimentos sociais para obter garantia
legal por uma educação no contexto rural.
O parecer do Conselho Nacional de
Educação (CNE) CEB Nº 36/2001 sobre as
Diretrizes Operacionais para a Educação
Básica nas Escolas do Campo, apresenta
um relatório cronológico sobre a política
pública brasileira voltada para a Educação
que atenda os interesses dos camponeses.
Esse parecer ressalta que nos textos
constitucionais de 1824 e 1891 não houve
menção à Educação Rural e que a primeira
vez a ser mencionada no ordenamento
jurídico brasileiro foi nas primeiras
décadas do século XX, em um período em
que havia debates sobre migração rural e a
necessidade de elevar a produção no
campo. Conforme esse parecer, a
Constituição de 1934 cita o ensino nas
zonas rurais no artigo 156, quando fala
sobre o orçamento para manutenção dos
sistemas educativos. Na constituição de
1946 e de 1967, transfere a manutenção do
ensino nas zonas rurais para as empresas
industriais, comerciais e agrícolas, sendo
obrigadas a manter o ensino primário para
os filhos dos trabalhadores. a
Constituição Federal de 1988, destaca a
educação como direito de todos e dever do
Estado abrangendo, dessa forma, a
população rural.
Ao analisarmos este levantamento
histórico no Parecer, entendemos que as
reformas na educação brasileira ao longo
de sua história, também não consideraram
a educação no campo. A Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei
4024/1961, menciona o ensino rural nos
artigos 32, 57 e 105, de forma superficial
para falar respectivamente que os
proprietários rurais, quando não pudessem
manter escolas primárias para as crianças
residentes deveriam facilitar a frequência
dos mesmos em escolas próximas, sobre a
formação de professores para as escolas
rurais que poderiam acontecer em
estabelecimentos que promovessem
integração com o meio rural, e para falar
da responsabilidade do poder público de
auxiliar serviços e entidades que
mantinham escolas em zonas rurais.
Na LDB de 1971, assim como na lei
anterior, não inclui a educação para a
população campesina como forma de
reconhecimento de sua diversidade e
integrante do conjunto da sociedade. O que
trazia de diferente era o artigo 4, onde o
currículo poderia atender as
particularidades da região rural e o artigo
11 onde o calendário escolar poderia ser
alterado para considerar os períodos de
plantio e de colheita de safras.
Analisar essa linha do tempo é
importante para entendermos o quanto a
educação rural foi voltada para os
interesses do neoliberalismo, capitalismo,
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agronegócio e dos latifundiários, onde o
ensino realizado nas zonas rurais
geralmente é conduzido pelos mesmos
princípios das escolas urbanas, sendo que o
rural e o urbano possuem características
diferentes e precisam ser trabalhados
conforme suas particularidades.
A LDB Lei 9394/96 foi a que
trouxe certo avanço para a educação
ruralista quando comparada com as demais
reformas. O artigo nº 28 da Lei, dispõe que
os sistemas de ensino adaptarão para se
adequar às peculiaridades da população
rural referente ao currículo, metodologia,
calendário escolar e natureza do trabalho
na zona rural. Contudo, adequar às
peculiaridades da educação da população
rural, compreende principalmente a
adequação da formação e trabalho docente
no contexto rural, por isso, as reformas
educacionais precisam estudar e ouvir os
educadores como sujeitos que conduzem o
processo de ensino e aprendizagem, uma
vez que “nenhuma reforma, seja ela qual
for, tem o poder de mudar a realidade se
não puder contar com os sujeitos que
conduzem o processo.” (Ghedin, 2012, p.
29).
O Trabalho docente no contexto rural
Após a promulgação da LDB
9394/96, a população rural e os
movimentos sociais, principalmente o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra MST, através de reivindicações ao
governo de políticas específicas para este
segmento, tiveram conquistas
significativas para educação da população
do campo com o movimento da “Educação
do Campo” e com o curso de “Licenciatura
para a Educação do Campo”,
proporcionando assim uma formação
específica para trabalhar com a realidade e
as peculiaridades desse ambiente. Porém,
muitas escolas públicas brasileiras,
localizadas nas regiões rurais, ainda não
atendem ao princípio da Educação do
Campo e muitos professores que lecionam
nas escolas rurais ainda são pessoas que
vivem no meio urbano desvinculado da
realidade de quem vive no campo.
Para Borges (2012), as escolas nos
territórios rurais enfrentam diversos
problemas dentre os quais destacamos a
falta de estrutura necessária e docentes
qualificados, currículo e calendário alheio
à realidade do campo, muitos educadores
com visão de mundo urbano onde a
maioria não teve uma formação específica
para trabalhar nesse contexto. Na
realidade, o fato da existência da Lei, não
significa que podemos dizer que todas as
escolas estão dentro dos princípios da
Educação do Campo”. (Borges & Silva,
2012, p. 216).
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Para mudar essa realidade, mesmo
com as conquistas educacionais, políticas e
sociais para a população rural, as pessoas
que estudam, trabalham e vivem no campo,
precisam assumir o compromisso de
aproximar a escola da formação humana e
de sua comunidade, uma vez que a
educação é o instrumento de transformação
da realidade rural historicamente excluída.
Para Ribeiro (2012) a Educação
Rural foi mobilizada para proporcionar o
ensino e oferecer o conhecimento de
leitura, escrita e operações matemáticas
nos mesmos moldes da educação em áreas
urbanas, ou seja, toda sua finalidade,
programa, métodos e conteúdos são
direcionados pelos interesses do setor
industrial obrigando de certa forma, os
alunos do campo, incorporarem a cultura
do urbano. A Educação do Campo por sua
vez, foi mobilizada a partir de outras
motivações. Segundo Caldart (2012), ela
nasceu de um movimento de reivindicação
e resistência pela busca de valorização de
suas escolas, experiências, territórios e
identidade. Tem como princípios a luta
social pelo acesso à educação dos
trabalhadores do campo, luta por políticas
públicas voltadas para essa classe, e
combina a luta pela educação com luta pela
terra, pela reforma agrária, pelo direito ao
trabalho à cultura e ao território.
Essa distinção precisa ser
problematizada para não ocorrer no
equívoco de pensar a Educação do Campo
como extensão da Educação Rural ou
somente como mudança de nomenclatura.
A Educação do Campo vislumbra a
construção de identidade do homem do
campo que luta pelo acesso e permanência
na terra, e possui uma política de educação,
formação de profissionais, estrutura e
metodologia pedagógica específica que a
distingue da simples educação rural.
Nesse contexto, o papel do professor
precisa ser destacado, pois é ele o sujeito
em formação que dirige o processo de
educação. Os “educadores devem refletir
sobre o modo de vida das comunidades
para compreender melhor a realidade em
que está inserida, incluir os saberes
dominados por elas e promover o consenso
entre saber popular e o saber científico”.
(Borges, 2012, p. 114).
Esse pensamento também é
compartilhado por Dario Fiorentini (2016),
pesquisador da área de Formação de
Professores de Matemática que em uma
entrevista concedida à revista Espaço
Pedagógico afirmou que um dos desafios
atuais da profissionalidade docente em
matemática tem sido abrir espaço-tempo às
múltiplas culturas e aos modos de
significar das crianças e jovens que
frequentam as escolas. Assim, a escola tem
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o desafio de garantir a formação
matemática necessária para a inclusão
cultural e social de seus estudantes. Para
ele, somente a matemática formal não
garante o engajamento da maioria dos
estudantes e é preciso mobilizar outros
modos de promover a relação do aprendiz
com o saber matemático.
Considerando o contexto rural, a
etnomatemática tem se apresentado como
alternativa pedagógica para promover essa
relação e ressignificar a prática do ensino
de matemática no contexto rural. Ubiratan
D`Ambrosio resume Etnomatemática como
“a matemática praticada por grupos
culturais, como comunidades urbanas e
rurais, grupos de trabalhadores, classes
profissionais, criança de uma certa faixa
etária, sociedades indígenas e tantos outros
grupos que se identificam por objetivos e
tradições comuns aos grupos” (2019, p. 9).
A Etnomatemática como tendência
metodológica conduz a abordagem dos
conteúdos a partir das ideias matemáticas
que eles possuem. Valorizam e utilizam
seus métodos, suas linguagens para
contextualizar os conteúdos e fazer a
relação com a matemática escolar, a
exemplo da aferição de terra e o cálculo de
área da superfície, a compra e venda de
insumos com a matemática financeira e
todo o saber-fazer matemático intrínseco
no plantio, na colheita, no cultivo de
animais, na produção de alimentos, na
adubação, construção rural, dentre outros
que transforma o ensino de matemático,
tornando mais significativa e atrativa para
os estudantes.
O campo e sua população têm uma
história e cultura que precisa ser valorizada
na educação para que se crie condições de
vida e sobrevivência no campo sem haver
necessidade de mudança para outra
localidade em busca de outros meios de
vida. A população campesina:
como todos os indivíduos e povos
têm, ao longo de suas existências e
ao longo da história, criado e
desenvolvido instrumentos de
reflexão, de observação, instrumentos
teóricos e, associados a esses,
técnicas, habilidades (teorias, techné,
ticas) para explicar, entender,
conhecer, aprender (matema), para
saber fazer como resposta a
necessidades de sobrevivência e de
transcendência, em ambientes
naturais, sociais e culturais (etnos) os
mais diversos. (D’Ambrosio, 1996, p.
27).
Pensando no protagonismo do
educador em dirigir o processo de
aproximar a escola da formação do aluno,
as alternativas metodológicas para
conduzir o trabalho docente no contexto
rural e a importância da matemática para o
desenvolvimento cognitivo e formação do
aluno enquanto cidadão, analisamos a
formação de professores de matemática da
Universidade do Estado do Pará sob
perspectiva de atuação em espaços rurais
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no município de Conceição do Araguaia,
interior do Pará.
O contexto da pesquisa
Conceição do Araguaia é um
município localizado no sudeste do Estado
do Pará, e faz divisa com o estado do
Tocantins. Possui 45.530 habitantes, sendo
32.437 habitantes nas áreas urbanas e
13.093 habitantes nas áreas rurais
conforme o último censo realizado no ano
de 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). O
município também é marcado por histórias
de grandes conflitos sociais e luta pela
terra, o que resultou significativa
quantidade de assentamentos. São “37
projetos de assentamento, com 4.270
famílias assentadas, numa área total de
227.193,62 ha, sendo que apenas um destes
assentamentos foi desapropriado uma área
de cerca de 60.000 hectares pertencente a
um banco privado [sic]”. (Ferreira, 2017.
p. 148).
Conceição do Araguaia, conta com o
privilégio de sediar três instituições de
Ensino Superior sendo uma Universidade
Estadual, um Instituto Federal e uma de
Educação a Distância (EaD) de iniciativa
privada. As três instituições ofertam cursos
de Licenciatura, porém nenhuma oferta o
curso de Licenciatura para a Educação do
Campo para oferecer uma formação de
professor específica para as
particularidades da educação do campo.
Conforme levantamento realizado
junto a Secretaria Municipal de Educação e
Cultura (SEMEC), para atender a educação
da população rural o município de
Conceição do Araguaia conta com sete
escolas municipais localizadas na zona
rural e nove escolas municipais localizadas
na zona urbana, mas que também atendem
alunos do campo na Educação Infantil e
Ensino Fundamental. Esse levantamento
retrata a crítica de que é possível encontrar
concepções de que a escola urbana é
melhor que a rural, sob a visão do capital e
que gera vários problemas como:
Estimuladora do abandono do campo
por apresentar o urbano como
superior, moderno, atraente; em
muitos casos, trabalhando pela
própria destruição, é articuladora do
deslocamento dos alunos para
estudarem na cidade, especialmente
por não organizar alternativas de
avanços das séries em escolas do
próprio meio rural. (Borges, 2012, p.
108).
No quadro de professores da
SEMEC, 12 professores são de matemática
e todos estes formados pela Universidade
do Estado do Pará Campus de Conceição
do Araguaia. Como não no município a
oferta de curso com formação específica
para atuação na realidade e
particularidades da população do campo
como o curso de Licenciatura para a
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Educação do Campo, foi relevante analisar
se a formação de professores de
matemática da UEPA contempla aspectos
da prática docente no contexto rural.
Perfil e estrutura da Universidade do
Estado do Pará
Conforme o Plano de
Desenvolvimento Institucional (PDI)
2017/2027, A UEPA é uma instituição
pública de ensino superior mais
interiorizada do estado do Pará e uma das
mais interiorizadas no norte do País,
formada por 20 campi sendo 15 no interior
do estado. O campus de Conceição do
Araguaia, criado em 1990 foi o primeiro
núcleo de interiorização desta Instituição
de Ensino Superior (IES) e atualmente
contempla o Centro de Ciências Sociais e
Educação e o Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde, ofertando 11 cursos
sendo 2 na área da Saúde e 9 na área da
educação, incluindo o curso de
Licenciatura em Matemática.
Dentre os princípios norteadores das
práticas acadêmicas dos cursos da UEPA
apresentadas no PDI, três definem a
garantia de que as práticas acadêmicas dos
cursos ofertados no município de
Conceição do Araguaia sejam flexíveis
com as demandas da região, a fim de que o
profissional formado nesta IES possa
desenvolver suas atividades também no
campo e contribuir para o desenvolvimento
da região rural. São eles:
Garantia da flexibilidade na
aplicação de métodos, critérios e
currículos, com o objetivo de
atender às peculiaridades locais e a
multidisciplinariedade;
Formação de profissionais
empreendedores nas diferentes
áreas do conhecimento, aptos ao
exercício profissional competente e
a participação no desenvolvimento
da sociedade em que interagem;
Contribuição com a
transformação da realidade regional
com justiça social e
desenvolvimento sustentável.
A política de ensino da UEPA é
debatida no seu órgão consultivo e
deliberativo, o Conselho Universitário
(CONSUN) e está em consonância com as
Diretrizes Curriculares Nacionais. Os
Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC)
são elaborados com participação da
comunidade acadêmica, sendo produto da
participação e do debate coletivo com a
comunidade da UEPA. Projeto
Pedagógico do Curso é “um instrumento
dinâmico que trata sobre os movimentos
educativos desenvolvidos pela
Universidade, ao mesmo tempo engloba
suas intencionalidades formativas que
deverão ser contempladas nos currículos
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dos diversos cursos”. (Universidade do
Estado do Pará, 2017, p. 53).
Ainda segundo o PDI, a UEPA
trabalha para formar alunos com perfil de
egresso capacitado para analisar a
sociedade com criticidade, ética, com
capacidade de lidar, entender, intervir e
atuar de forma a construir uma sociedade
que respeita os princípios éticos,
democráticos e culturais para formar o
aluno do campo como cidadão capaz de
transformar a realidade onde vive sem
precisar ir para a cidade em busca de
melhores condições de vida. Quanto a isso,
Borges ressalta que:
Os educadores devem refletir sobre o
modo de vida das comunidades para
compreender melhor a realidade em
que está inserido, incluir os saberes
dominados por elas e promover o
consenso entre o saber popular e o
saber científico. Essa atitude
consciente de valorização do outro
contribui significativamente para a
instauração e a construção de um
processo democrático liderado pela
escola. (Borges, 2012, p. 114).
Assim, o ensino de matemática nas
escolas das regiões rurais de Conceição do
Araguaia, deve ser realizado por
educadores que reconhecem o
conhecimento e o saber-fazer dos alunos
campesinos. Que valorize o que eles
utilizam em suas práticas diárias e a partir
disso, incluir o conhecimento científico. A
partir desse entendimento, vamos analisar
o Projeto Pedagógico do Curso de
Matemática da UEPA e verificar se este
contempla aspectos da prática docente no
contexto rural.
O Curso de Licenciatura em
Matemática da UEPA e sua preparação
para atuação no contexto rural
A UEPA oferta o curso de
Licenciatura em Matemática desde 02 de
maio de 1989, quando ainda era Faculdade
Estadual de Educação do Pará (FAED).
Em 2001, com a política de interiorização
da UEPA foi implantado o curso de
Licenciatura em Matemática no Campus de
Conceição do Araguaia com duas turmas
iniciais. A implantação do curso se deu no
sistema modular de ensino, como solução
para interiorizar o Ensino Superior,
selecionando os professores na capital para
atuarem em forma de rodízio no interior do
estado.
É importante observar que segundo o
PPC do curso, a justificativa de interiorizar
o Ensino Superior através da UEPA é
consequência da amplitude geográfica do
estado visando o compromisso de
desenvolver as regiões do interior para que
os formados pudessem permanecer no
município que realizou a formação sem
precisar migrar para a capital do estado,
em busca de maiores oportunidades. Essa
justificativa tem a mesma idealização da
educação para a população campesina que
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precisa ser respeitada como uma população
que tem características próprias e luta por
uma política pública que incentive sua
permanência e desenvolvimento do campo,
e que sua identidade, cultura e saberes
sejam valorizados.
O objetivo do curso é “Formar
profissionais com habilitação em
Licenciatura em Matemática, para
exercerem com a devida competência, a
docência do ensino da matemática e a
pesquisa face à realidade dos fenômenos
educacionais e suas múltiplas relações
econômicas, políticas, sociais e culturais”
(Universidade do Estado do Pará, 2012, p.
20).
O curso segue uma linha
metodológica que se fundamenta em
quatro Eixos Temáticos especificados no
quadro abaixo:
Tabela 1 - Eixos Temáticos.
Eixos
Temáticos
Ideia
Disciplinas
FUNDAMENTAÇÃO
MATEMÁTICA.
A compreensão e a prática dos
diversos saberes na cultura
humana, particularmente o saber
matemático.
Fundamentos da Matemática
Elementar I;
Fundamentos da Matemática
Elementar II;
Geometria Analítica;
Geometria Euclidiana;
Álgebra I;
Álgebra II;
Análise Real;
Cálculo I;
Cálculo II;
Cálculo Numérico;
Desenho Geométrico;
Teoria dos Números;
História da Matemática;
Estatística e Probabilidade;
Física Geral.
FUNDAMENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Possibilitar a compreensão dos
fundamentos e a prática dos
diversos saberes na cultura
humana
Didática Geral e Especial;
Introdução à Educação
Matemática;
Psicologia da Educação;
Fundamentos da Avaliação da
Aprendizagem em Matemática;
Políticas Públicas.
PRODUÇÃO DO
CONHECIMENTO
Desenvolver a iniciação
científica, em grupo ou
individualmente, na perspectiva
transdisciplinar no decorrer de
toda a formação acadêmica.
Metodologia Científica;
Comunicação em Língua
Portuguesa na Docência;
Inglês Instrumental;
Orientação de TCC I;
Orientação de TCC II.
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PRÁXIS PEDAGÓGICA
Promover a formação do
educador matemático com
fundamentação teórico-prática
bio-psico-social-cultural e
filosófica sobre educação.
Prática de Ensino de
Matemática I;
Prática de Ensino de
matemática II;
Instrumentação para o Ensino
da Matemática I;
Instrumentação para o Ensino
da Matemática II;
Educação Matemática e
Inclusão;
Atividades Complementares.
Fonte: (Universidade do Estado do Pará, 2012)
O curso propõe uma formação onde a
Matemática e a Educação Matemática
sejam objeto de estudos em que as
disciplinas pedagógicas sejam trabalhadas
de forma simultânea e interligadas às de
conteúdos específicos, “também deter-se-
ão na especificidade da aquisição do
conhecimento matemático, levando em
consideração o desenvolvimento cognitivo
e a diversidade dos grupos sociais”
(Universidade do Estado do Pará, 2012, p.
19).
Com base na proposta do curso, e na
definição do objetivo desse artigo de
verificar no PPC e ementas das disciplinas,
se o curso contempla aspectos da prática
docente no contexto rural, analisamos
quais disciplinas trazem em suas ementas
temas que permitem abordar aspectos do
contexto rural.
Na estrutura curricular do curso, na
Série a disciplina “Introdução à
Educação Matemática 80h” apresenta na
ementa o tema “Tendências da Educação
Matemática” onde pode ser trabalhado o
Programa da Etnomatemática como uma
das tendências atuais para o ensino de
matemática. Tendência essa que, como
mencionado, tem se apresentado como
alternativa pedagógica para fazer a relação
da matemática aplicada nas comunidades
rurais e a matemática escolar.
Na série também tem a disciplina
de “Desenho Geométrico 80h” que traz
na ementa o tema “Aspectos sociais e
culturais do desenho geométrico”. Um
tema relevante para compreender e
interpretar as formas geométricas do
espaço rural, suas relações e um recurso
para a representação plana das mesmas.
Para quem vive no campo e do campo, esse
conteúdo é bastante utilizado para medir
terra, trabalhar com agricultura, observar e
interpretar figuras geométricas na natureza
como na apicultura, altura e circunferência
do tronco de uma árvore, por exemplo.
Na série a disciplina “História da
Matemática”, visa conhecer a história da
matemática e suas implicações sociais,
culturais e políticas; e ainda a história do
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ensino de matemática nas civilizações e
suas implicações. Quando se estuda a
história da matemática, se verifica que há
uma analogia com a matemática praticada
no meio rural. Uma matemática descoberta
e desenvolvida a partir das necessidades de
resolução de problemas diários. Desde o
período paleolítico inferior, o homem usa
os conhecimentos matemáticos para
atender suas necessidades sociais e de
sobrevivência, assim como muitos homens
e mulheres do campo, que muitas vezes
não são alfabetizados, não sabem ler e
escrever, mas tem algum conhecimento
matemático que são utilizados nas suas
atividades diárias. Conhecer a história e
saber utilizar como recurso didático é
muito importante até para motivar o ensino
e a aprendizagem dos alunos da educação
básica.
No mais, não encontramos outras
disciplinas cujas ementas contemplam
especificadamente aspectos da prática
docente no contexto rural. Porém, além das
apresentadas acima outras três
disciplinas que trazem em suas ementas
temas que permitem contextualizar
aspectos do contexto rural, o que depende
muito da visão e estratégia do professor
formador de professores ao elaborar o
plano de ensino e assegurar esse assunto na
formação de professores, que na região
uma grande demanda de educação para
o campo sendo relevante a
problematização da educação no contexto
rural, as quais são:
“Didática Geral e Especial 80h” -
que segundo a ementa dá ênfase no ensino
para a descoberta e na solução de
problemas, que o ensino no contexto
rural precisa ser muito dinâmico. Não
como realizar um ensino estático no meio
rural, os alunos precisam ter uma
aprendizagem significativa e relacionada
com seu modo de vida. A matemática
escolar precisa ter relação com a
matemática que eles usam diariamente para
ter sentido.
“Prática de Ensino de Matemática I
200h” e “Prática de Ensino de Matemática
II 200h” que são os Estágios
Supervisionados em que os acadêmicos
podem vivenciar a realidade escolar no
ensino fundamental e ensino médio. “O
objetivo da Prática de Ensino é propiciar
ao aluno sua inserção na realidade sócio-
político-econômico e cultural”
(Universidade do Estado do Pará, 2012, p.
28). É uma oportunidade de aplicação dos
conhecimentos construídos no decorrer da
formação. Nessa disciplina os alunos que
se identificam com a educação no contexto
rural podem realizar Estágio nessa
localidade e vivenciar a prática docente
desde o período da formação inicial e
buscar aprimoramento na área.
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O PPC também apresenta a exigência
de 200 horas/aulas de Atividades
Complementares para integralização do
curso. Essas atividades objetivam
complementar a formação acadêmica do
aluno na práxis educativa dentre as opções
constantes em uma tabela de co-validação
que vai desde a participação em eventos
científicos à participação em pesquisas e
atividades de extensão, são oportunidades
do acadêmico, futuro professor de
matemática realizar atividades que tem
afinidade.
Considerações finais
Com base no que foi analisado no
PPC do curso de Licenciatura em
Matemática da UEPA, o curso não
contempla formação docente específica
para atuação no contexto rural, porém é
uma proposta de formação com capacidade
de autonomia intelectual com
conhecimento da realidade sociocultural da
região.
Sua proposta pedagógica condiz com
uma formação onde o professor é o
estimulador e motivador do processo de
ensino e de aprendizagem e com uma
política de ensino que favorece a
construção da identidade do professor onde
seus conhecimentos não são
fundamentados somente no que é visto em
sala de aula, mas também naquilo que ele
produz durante a formação a fim de formar
um docente autor da sua profissão.
Seu desenho curricular é composto
por temas e conteúdos da Matemática e da
Educação Matemática com implicações
sociais, culturais e políticas que permitem
ao professor formador de professores
problematizar e debater a realidade,
demanda e desafios da educação para a
população campesina, uma vez que o
Campus de Conceição do Araguaia está
localizado em uma região com grande
participação da população rural, muitos
alunos podem ser advindos dessas regiões
e, o levantamento realizado junto a
SEMEC, o lugar de atuação dos futuros
professores pode ser em escolas ruralistas
ou escolas urbanas mas que atendem
alunos vindos das regiões rurais.
Por isso a importância de tratar temas
que discutem toda a história da educação
ruralista e o papel que as instituições de
ensino superior e movimentos sociais têm
exercido na região para garantir o direito a
educação para a população do campo.
Os estudos realizados nesse artigo
ficam como introdução de uma
investigação que pode avançar. É preciso
realizar um estudo que investigue a
atuação docente no contexto rural, qual
contribuição a formação inicial
proporcionou para a atuação profissional
nesse contexto, se formação continuada
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para preparar o docente para trabalhar
nesse contexto, proporcionando o
desenvolvimento cultural, político e
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Informações do artigo / Article Information
Recebido em : 22/04/2020
Aprovado em: 01/08/2020
Publicado em: 25/11/2020
Received on April 22th, 2020
Accepted on August 01st, 2020
Published on November, 25th, 2020
Contribuições no artigo: Os autores foram os
responsáveis por todas as etapas e resultados da
pesquisa, a saber: elaboração, análise e interpretação dos
dados; escrita e revisão do conteúdo do manuscrito
e; aprovação da versão final publicada.
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Author Contributions: The author were responsible for
the designing, delineating, analyzing and interpreting the
data, production of the manuscript, critical revision of the
content and approval of the final version published.
Conflitos de interesse: Os autores declararam não haver
nenhum conflito de interesse referente a este artigo.
Conflict of Interest: None reported.
Orcid
Kamilla Ferreira da Silva
http://orcid.org/0000-0002-7853-4315
Idemar Vizolli
http://orcid.org/0000-0002-7341-7099
Como citar este artigo / How to cite this article
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Silva, K. F., & Vizolli, I. (2020). Licenciatura em
Matemática da Universidade do Estado do Pará UEPA e
a formação para o trabalho docente no contexto rural de
Conceição do Araguaia PA. Rev. Bras. Educ. Camp., 5,
e9000. http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e9000
ABNT
SILVA, K. F.; VIZOLLI, I. Licenciatura em Matemática da
Universidade do Estado do Pará UEPA e a formação
para o trabalho docente no contexto rural de Conceição do
Araguaia PA. Rev. Bras. Educ. Camp., Tocantinópolis,
v. 5, e9000, 2020.
http://dx.doi.org/10.20873/uft.rbec.e9000