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perspectiva, podemos situar o conjunto de
ajustes e adequações realizadas pelo corpo
docente da LICENA nos Instrumentos
Pedagógicos, nas disciplinas, nos ritmos da
alternância, dentre outras ações, em
consonância com o propósito de priorizar e
aperfeiçoar a dinâmica de alternância no
curso.
O grupo de professores da LICENA
o tempo todo fica inquieto tentando
encontrar um caminho. Isso é uma
experiência positiva de crescimento.
Fomos para o lado do Plano de
Estudo, que foi uma experiência
positiva, mas não nos trouxe essa
articulação de forma tão
aprofundada. Depois fomos para o
projeto que, talvez, traz lacunas
conceituais para os estudantes, o que
nos preocupa. Então fomos para o
Projeto de Estudo Temático. Vamos
dar um nome para o eixo do ano para
direcionar a proposta de trabalho e
dentro desse eixo a gente cria esse
projeto de estudo temático que vai
nos ajudar a relacionar esses
conteúdos. Eu acredito que agora,
talvez até pelo amadurecimento que a
gente vai tendo, a gente tem
conseguido trabalhar de uma forma
mais dialógica entre teoria e prática.
Mas ainda temos muito a crescer e a
construir esse processo à medida que
vamos percebendo as lacunas
(Maria).
Desafios e perspectivas da LICENA-UFV
na formação de educadores do campo
Um dos aspectos que tem mobilizado
os docentes da LICENA é a necessidade de
uma maior aproximação com as escolas e
com os movimentos sociais do campo,
numa perspectiva de envolvê-los no
processo de formação dos educandos. Sob
essa esteira, o acompanhamento do Tempo
Comunidade tem sido realizado na busca
por atividades que possibilitem uma maior
interação com as escolas, envolvendo a
presença de professores, representantes de
superintendências e secretárias de
educação. No entanto, essa aproximação
tem sido um grande desafio.
Existe, entre os entrevistados, um
reconhecimento de que a manutenção e a
consolidação da LICENA, assim como os
demais cursos de licenciaturas em
Educação do Campo, pressupõem o
fortalecimento dos vínculos e do
protagonismo dos docentes e educandos
em relação às lutas dos povos do campo,
particularmente pela Educação e Escola do
Campo.
Esse vínculo com o movimento e
suas demandas torna-se, na compreensão
dos docentes, condição fundamental para
sustentação dos princípios orientadores da
matriz curricular do curso, assim como dos
processos de aprendizagens orientados sob
uma lógica contra hegemônica.
O desafio maior que a gente tem é
conseguir despertar futuros
educadores que possam fazer
realmente uma revolução no campo
da aprendizagem. Não adianta a
gente aumentar o acesso à educação,
se essa educação é uma educação
manipuladora, que limita os
potenciais humanos, que trabalha
com aprendizagem racional, um nível
só do ser humano. É realmente trazer