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estudantes, na memória coletiva que
sinaliza futuros, na rede de ciência e
tecnologia disponível na sociedade e
nos movimentos sociais em defesa de
projetos que associem as soluções
exigidas por essas questões à
qualidade social da vida coletiva no
país. (Resolução CNE/CEB
nº1/2002, p. 1).
O respeito à identidade, cultura e
saberes do aluno e da comunidade rural são
observados em vários documentos que
tratam da educação do campo, como por
exemplo, o Parecer n. 36/2001, a
Resolução n. 02/2008 e a Resolução n.
1/2002 citadas por diferentes autores como
Caldart (2002), Molina e Jesus (2004) e
outros. Propõem a ideia de uma educação
construída pelos sujeitos do campo, num
movimento de integração e coletividade.
Respeitar no âmbito da escola, o conjunto
dos elementos que formam os diversos
grupos de pessoas é passo fundamental
para a constituição de uma educação mais
igualitária e inclusiva.
A pergunta levou 08 professores a
revelar que a educação é desenvolvida com
base no currículo que é utilizado nas
escolas municipais da zona urbana. Esse
currículo é entregue aos professores do
campo para servir de orientação, o
município até o momento não dispõe de
um currículo ou proposta curricular
própria, utiliza, portanto, o currículo do
Programa Alfabetizar com Sucesso, que é
um programa do Governo do Estado de
Pernambuco. Os outros 03 entrevistados,
afirmam que o trabalho é desenvolvido
com base na multisseriação, como
podemos observar nas respostas de um dos
entrevistados:
“Enquanto professora de escola
rural, eu tento sempre, trabalhar de
forma dinâmica, né, valorizando e
respeitando os saberes existentes ali
na comunidade, não deixando de
trabalhar, claro né, sempre o global.
A gente trabalha, a gente vê a
questão da diversidade, mas a gente
tem que respeitar e a gente sabe que
a gente não pode trabalhar só aquela
questão ali, daquela comunidade. A
gente tem que trabalhar o global, até
porque aquele aluno, ele vai sair dali
pra ir pra escola na cidade e ele
precisa ter aquele conhecimento
geral, né? Num, vai só conviver, ele
não vai passar uma vida inteira
convivendo só com aquela realidade
ali, da comunidade dele. Então, é
preciso que a gente vá mais além,
pra que ele tenha um conhecimento
global, mas não deixando de
respeitar aquilo que ele vive ali, no
dia a dia dele”. (Eufrásia).
Observou-se também certa
preocupação em formar o aluno para a
sociedade como um todo. Os professores
citaram que o aluno do campo também
precisa ter acesso aos conteúdos ensinados
na cidade. Nesse sentido, foi citado na fala
dos docentes o novo currículo proposto
pela Base Nacional Comum Curricular,
que já está sendo abordado através dos
livros didáticos nas escolas do campo. Essa
preocupação dos professores é natural,
tendo em vista a necessidade de