“ESTUPRO CULPOSO”

A REPRESENTAÇÃO DE MARIANA FERRER À LUZ DOS PRESSUPOSTOS DO SISTEMA DE TRANSITIVIDADE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2022v13n1p208-228

Palavras-chave:

linguística sistêmico-funcional, metafunção ideacional, representação da imagem feminina

Resumo

O presente estudo propõe-se a observar a representação de Mariana Ferrer jovem que, em 2018, registrou um boletim de ocorrência relatando ter sido drogada e estuprada em um estabelecimento de luxo em Florianópolis/SC, por meio da análise dos depoimentos judiciais do caderno processual. Assim, o objetivo principal é, através do sistema de transitividade, analisar a linguagem usada pelos depoentes para construir representações de Mariana em quinze depoimentos por meio da seleção dos processos e dos papéis temáticos presentes nos trechos relacionados aos momentos próximos ao ocorrido. O referencial teórico baseia-se nas obras de Halliday e Matthiessen (2014) e de Fuzer e Cabral (2014), à luz do aporte da Linguística Sistêmico-Funcional, que descreve e analisa a língua a partir das escolhas potenciais do enunciador. No discurso jurídico, a análise das escolhas léxico-gramaticais feitas pelos falantes em favor dos seus pontos de vista revelaram tendência a representá-la  a partir de  padrões de comportamento que atendem a modelos socialmente estabelecidos. 

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Biografia do Autor

Magda Bahia Schlee, UERJ

Doutora em Letras-Língua Portuguesa pela UERJ. Mestre em Letras Vernáculas pela UFRJ. Professora Associada de Língua Portuguesa e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos de Língua da UERJ. Membro do Grupo de Pesquisa SAL (Sistêmica, Ambientes e Linguagens – CNPq), coordenadora adjunta do GESD – Grupo de Estudos em Sistêmica e Discurso (UERJ) e coordenadora do Projeto LabGraDis – Laboratório de Gramática e Discurso (Edital FAPERJ nº 38/2021).

Referências

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Publicado

2022-10-26

Como Citar

Costa Mendes, A. C., & Schlee, M. B. (2022). “ESTUPRO CULPOSO”: A REPRESENTAÇÃO DE MARIANA FERRER À LUZ DOS PRESSUPOSTOS DO SISTEMA DE TRANSITIVIDADE. EntreLetras, 13(1), 208–228. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2022v13n1p208-228