TERRA, AGRO E FOME

a expropriação do trabalho como valor de uso no Polo Juazeiro-Bahia/Petrolina - Pernambuco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70860/rtg.v13i31.19181

Palavras-chave:

Negócio, trabalho, agricultura

Resumo

A produção da fruticultura é um destaque no Polo de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, o que tem possibilitado o crescimento da terra de negócio em detrimento à terra de trabalho.  Nesse sentido, a pesquisa consistiu em compreender que a terra à medida em que é utilizada pelo agro para negócio cuja finalidade é acumulação e lucro, deixa de realizar sua função social ao expropriar da agricultura familiar e camponesa a terra como condição de trabalho, alimentação e de vida. Para alcançar o objetivo proposto, traçou-se como percurso metodológico:Pesquisa bibliográfica com base em uma revisão qualitativa, consulta em sites relacionados ao conteúdo e coleta de dados estatísticos. Como resultado, percebeu-se que a insegurança alimentar é bastante intensa, especialmente, no Brasil e, contraditoriamente, há um fortalecimento da agricultura empresarial via aumento de produção de alimentos transgênicos e uso de agrotóxicos. Assim, conclui-se que o modelo de agricultura empresarial ou agronegócio dissemina o discurso da geração de emprego por conta da ampla produção, mas, na prática, expropria a riqueza produzida pelo trabalho uma vez que o mesmo é sem garantias, com jornada elevada e, muitas vezes, intermitentes ou sazonal.

Biografia do Autor

Luciano Justino Mendes, Universidade de Pernambuco

Graduando licenciatura em Geografia, pela Universidade de Pernambuco Campus Petrolina, Membro do grupo de extensão: "A política no Brasil e a questão agrária", integrante do Centro de Estudos Agrários (CEA), Participante do Grupo de Pesquisa em Sociedade e Natureza do Vale do São Francisco, foi bolsista PIBIC UPE/PFA 2022-2023, atualmente é bolsista PIBIC UPE/CNPq.

Raimunda Aurea Dias de Sousa, Universidade de Pernambuco

É Licenciada em Geografia pela UPE/Campus Petrolina (1995). Possui Especialização em Programação em Ensino - Pedagogia pela mesma Instituição (1999) e Mestrado em Geografia na área de concentração: Dinâmica dos Espaços Agrário e Regional pela Universidade Federal de Sergipe (2006). É doutora pela UFS na mesma área de concentração (2013) com Doutorado Sanduiche na Universidade de Lisboa-Portugal (2012). Professora Associada III-A/Livre docente da UPE/Campus Petrolina - Colegiado de Geografia e Coordenadora do Programa de Pós-graduação - Formação de Professores e Praticas Interdisciplinares (PPGFPPI). Coordena o CEA - Centro de Estudos Agrários e o Grupo de Estudo: A política e a questão agrária. Foi coordenadora de Gestão do PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência 2014 a 2015 e Coordenadora do Programa Residência Pedagógica 2018 a 2020. É integrante dos grupos de pesquisa: Grupo de Pesquisa em Sociedade e Natureza do Vale do São Francisco pela UPE (Líder). Estado, Capital, Trabalho e políticas de reordenamento territoriais, vinculado ao NPGEO/UFS. Realizou pesquisa pelo Programa de Mobilidade Docente UPE na USC - Universidade de Santiago da Compostela - Espanha. É editora Chefe do Boletim de Geografia do Vale do São Francisco. Tem experiência em Geografia com ênfase em Geografia Agrária e Ensino. Atuando nos seguintes temas; agro-hidronegócio, questão alimentar, Estado, trabalho, teoria agrária, território, modernização, movimentos sociais, desenvolvimento, irrigação, natureza, conflitos por água, ensino de Geografia, Educação no/do campo e interdisciplinaridade. 

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Publicado

2024-10-30

Como Citar

MENDES, Luciano Justino; SOUSA, Raimunda Aurea Dias de. TERRA, AGRO E FOME: a expropriação do trabalho como valor de uso no Polo Juazeiro-Bahia/Petrolina - Pernambuco . Revista Tocantinense de Geografia, [S. l.], v. 13, n. 31, p. 112–126, 2024. DOI: 10.70860/rtg.v13i31.19181. Disponível em: https://periodicos.ufnt.edu.br/index.php/geografia/article/view/19181. Acesso em: 3 dez. 2024.