O ASPECTO HABITUAL NO PORTUGUÊS: O QUE DIZEM AS GRAMÁTICAS?

Autores

  • Eccia Alécia Barreto Universidade Federal de Sergipe
  • Raquel Meister Ko. Freitag Universidade Federal de Sergipe
  • Eccia Alécia Barreto Universidade Federal de Sergipe
  • Raquel Meister Ko Freitag Universidade Federal de Sergipe

Palavras-chave:

Categorias verbais, Aspecto habitual, Compêndios gramaticais

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo investigar o tratamento dado pelos compêndios gramaticais normativos e descritivos ao aspecto habitual. O aspecto habitual pressupõe uma iteração mais ou menos regular de uma situação, de tal modo que o hábito resultante é considerado como uma propriedade de caracterização de uma dada entidade. No português do Brasil, o aspecto habitual pode ser expresso pelas formas verbais de pretérito imperfeito (PI) e de pretérito perfeito (PP), no entanto, cada forma está associada a contextos de uso específicos (BARRETO; FREITAG, 2014). A análise proposta restringe-se ao estudo dos seguintes compêndios gramaticais: Said Ali (1971), Coutinho (1982), Mateus et al. (1983), Neves (2000), Terra e Nicola (2004), Bechara (2006; 2009), Cunha e Cintra (2008), Cereja e Magalhães (2008), Perini (2010), Castilho (2010). Os resultados evidenciam que, na maioria das gramáticas consultadas, os autores ainda não apresentam uma sistematização dos usos do aspecto habitual nem da categoria de aspecto, e, quando tratam, não aprofundam muito nas noções semântico-discursivas envolvidas na leitura do aspecto habitual.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eccia Alécia Barreto, Universidade Federal de Sergipe

Mestre em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE. Bolsista CNPq  

Raquel Meister Ko Freitag, Universidade Federal de Sergipe

Professora do Departamento de Letras Vernáculas e dos Programas de Pós - Graduação em Letras e em Educação do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Referências

ARAUJO, Andréia Silva, et al. A expressão do tempo verbal passado no português: a descrição dos compêndios gramaticais. Interdisciplinar: Revista de Estudos de Língua e Literatura, v. 12, 2010, p. 257-269.

BARRETO, Eccia Alécia. A expressão do aspecto habitual: um estudo na fala e na escrita de Itabaiana/SE. Dissertação de Mestrado em Letras. Programa de Pós-graduação em Letras, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2014.

BARRETO, Eccia Alécia; FREITAG, Raquel Meister Ko. A expressão do aspecto habitual. Diacrítica, v. 28, n.1, p. 253-282, 2014.

BECHARA, Evanildo. Gramática escolar de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006.

________. Moderna gramática portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Brasília: MEC/SEF,1998.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010.

CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática –texto, reflexão e uso. São Paulo: Atual, 2008.

COAN, Márluce. Anterioridade a um ponto de referência passado: Pretérito (mais que)perfeito.1997. 177f. Dissertação (Mestrado em Linguística). Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1997

________. As categorias de tempo, aspecto, modalidade e referência na significação dos pretéritos mais-que-perfeito e perfeito: correlações entre função(ões)-forma(s) em tempo real e aparente.2003. Dissertação (Doutorado em Linguística). Programa de Pós-graduação em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,2003.

CORÔA, Maria Luzia. O tempo dos verbos do português: uma introdução à sua interpretação semântica. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.COSTA, Ana Lúcia.A variação entre formas de futuro do pretérito e de pretérito imperfeito no português informal no Rio de Janeiro.1997. Dissertação (Mestrado em Linguística).Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1997.

COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1982.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio deJaneiro: Lexikon, 2008.

FREITAG, Raquel Meister Ko. A expressão do passado imperfectivo no português: variação/gramaticalização e mudança.2007. 231f. Tese (Doutorado em Linguística)-Programa de Pós-graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

FREITAG. Raquel Meister Ko. Aspecto inerente e passado imperfectivo no português: atuação dos princípios da persistência e da marcação. Alfa, São Paulo, 55 (2): 477-500, 2011.

________. Banco de dados Falares Sergipanos. Working Papers em Linguística, v. 14, n. 2,p. 156-164.

________. Past tense in Brazilian Portuguese: set of tense-aspect-modality features. In:Proceedings of the VIIthGSCP International Conference Speech and LinguisticAnalysis.Firenze: Firenze University Press, 2012, p. 388-392.

FREITAG, Raquel Meister Ko.; ARAUJO, Andréia Silva; BARRETO, Eccia Alécia. Emergência e regularização de usos em categorias verbais do português: gradações de modalidade nos valores condicional, iminencial e habitual no domínio do passado imperfectivo. Revista do Gelne, v. 14, 2013, p. 99 –122.

FREITAG, Raquel Meister Ko.; MARTINS, Marco Antonio; TAVARES, Maria Alice. Banco de dados sociolinguísticos do português brasileiro e os estudos de terceira onda: potencialidades e limitações. Alfa, v. 56, n. 3, p. 917-944, 2012.

MATEUS, Maria Helena Mira; BRITO, Ana Maria DUARTE, Inês Silva; FARIA, Isabelhub. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Livraria Almedina, 1983.NEVES, Maria H. Moura. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

OLIVEIRA, Josane Moreira de. O futuro da língua portuguesa ontem e hoje: variação e mudança. Rio de Janeiro: UFRJ, Faculdade de Letras,2006. Tese de Doutorado em Língua Portuguesa.

PERINI, Mário A. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003

.SAID ALI, M. Gramática histórica da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Livraria Acadêmica, 1971.

TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Português: de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004.

Downloads

Como Citar

Barreto, E. A., Freitag, R. M. K., Alécia Barreto, E., & Meister Ko Freitag, R. . (2015). O ASPECTO HABITUAL NO PORTUGUÊS: O QUE DIZEM AS GRAMÁTICAS?. EntreLetras, 5(2), 45–57. Recuperado de https://periodicos.ufnt.edu.br/index.php/entreletras/article/view/1317