O HOBBIT DE J.R.R. TOLKIEN
“FRODO IS ALIVE!” EM PARIS, MAIO DE 1968 OU O DIA EM QUE BILBO FALOU PORTUGUÊS PELA PRIMEIRA VEZ...
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p114Palavras-chave:
J.R.R. Tolkien, Hobbit, Tradução, Tecnologia, DistopiaResumo
Tradicionalmente atribuída ao Brasil a primeira tradução de O Hobbit de J.R.R. Tolkien, acreditamos estar em condições de apresentar uma tradução portuguesa anterior. Igualmente, julgamos poder demonstrar que a tradução, agora em causa, ficou a dever-se ao facto de, à semelhança de múltiplas culturas e países, desde logo nos acontecimentos de maio de 68 em Paris, mas a que também não escaparam o Brasil e Portugal, a obra de Tolkien e, em particular O Hobbit, ter sido utilizado como bandeira de contracultura. Para tal, justificamos o seu uso, desde logo, na adesão do próprio autor ao movimento dos Inklings que não se reviam na corrente modernista inglesa representada pelo grupo de Bloomsbury. Assim, começaremos por compreender, em primeiro lugar, como é que o universo da obra de Tolkien, em particular, O Hobbit pode ser contextualizado no pensamento do autor; seguidamente, pretendemos aferir a sua recepção e leitura pelo movimento de contestação, no século passado, com ênfase para o maio de 68 em Paris; nesse trilho passaremos a apresentar a tradução da obra como manifestação de apoio aos movimentos de contracultura a que assistimos tanto no Brasil como em Portugal, em momentos políticos e sociais de menor liberdade de expressão. Terminaremos questionando a adaptação da obra de Tolkien a texto fílmico, justamente numa nova época de desagregação política, social e cultural.
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