CRÔNICAS DO ESTADO NOVO
GRACILIANO RAMOS E A REVISTA CULTURA POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p67Palabras clave:
crônica, Estado Novo, autonomia intelectual, discurso irônicoResumen
As crônicas publicadas por Graciliano Ramos e reunidas postumamente em dois livros Linhas tortas e Viventes das Alagoas são a viga mestra da investigação deste artigo. O escritor alagoano se serviu do gênero cronístico em três momentos distintos. Primeiro como laboratório literário na sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, depois na sua volta a Alagoas e por fim quando dela se serve como meio de sobrevivência. Em Viventes das Alagoas aparecem os textos produzidos para a revista Cultura Política, publicação subordinada ao Departamento de Imprensa e Propaganda da ditadura Vargas. Averiguou-se essa agência e seu papel, além de perquirir as circunstâncias que levaram Graciliano Ramos a colaborar por quatro anos em um Aparelho Ideológico do Estado, regime que o encarcerou. Para alguns estudiosos, necessidade econômica, para outros, alinhamento político-ideológico. Detectou-se a ironia e o tom acrimonioso que desconstruía o projeto de nacionalidade estado-novista e, portanto, esvaziam-se as insinuações de emparelhamento do escritor ao projeto cultural da revista.
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