CRÔNICAS DO ESTADO NOVO

GRACILIANO RAMOS E A REVISTA CULTURA POLÍTICA

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p67

Palabras clave:

crônica, Estado Novo, autonomia intelectual, discurso irônico

Resumen

As crônicas publicadas por Graciliano Ramos e reunidas postumamente em dois livros Linhas tortas e Viventes das Alagoas são a viga mestra da investigação deste artigo. O escritor alagoano se serviu do gênero cronístico em três momentos distintos. Primeiro como laboratório literário na sua primeira viagem ao Rio de Janeiro, depois na sua volta a Alagoas e por fim quando dela se serve como meio de sobrevivência. Em Viventes das Alagoas aparecem os textos produzidos para a revista Cultura Política, publicação subordinada ao Departamento de Imprensa e Propaganda da ditadura Vargas. Averiguou-se essa agência e seu papel, além de perquirir as circunstâncias que levaram Graciliano Ramos a colaborar por quatro anos em um Aparelho Ideológico do Estado, regime que o encarcerou. Para alguns estudiosos, necessidade econômica, para outros, alinhamento político-ideológico. Detectou-se a ironia e o tom acrimonioso que desconstruía o projeto de nacionalidade estado-novista e, portanto, esvaziam-se as insinuações de emparelhamento do escritor ao projeto cultural da revista.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Francisco Fábio Pinheiro de Vasconcelos, Universidade Estadual de Feira de Santana

Possui graduação em Licenciatura em Letras com Inglês pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1997), Mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia (1997) e Doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Alagoas (2010). Professor Adjunto da Universidade Estadual de Feira de Santana (Departamento de Educação) . Coordenou O Estágio Supervisionado dos Cursos de Letras do Centro Universitário Jorge Amado no período de 2011 a 2018.É Membro do Grupo de Pesquisa Literaturas e Cinemas: confluências e problematizações (UFRPE-UAST) e do grupo "Tal formação, tal ensino ? Uma (re)leitura das políticas de sentido do ensino de professores-formadores, como atos de currículo que podem qualificar a formação do licenciado e suas práticas docentes em sala de aula". Coordena o núcleo de Língua Portuguesa e Artes do Programa Residência Pedagógica. Tem larga experiência na área de Letras, - ensino básico e superior - com ênfase em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, Leitura e Produção de Textos, Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa e Literatura Brasileira.

Luciene Souza Santos, Universidade Estadual de Feira de Santana

Possui graduação em Licenciatura em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1999), Mestrado em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2005) e Doutorado em Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal da Bahia (2013). Atualmente é professora adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana e Contadora de Histórias. Coordena o Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Letras /PROFLETRAS/UEFS e é líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Poéticas Orais/UEFS. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Política Educacional, atuando principalmente nos seguintes temas: Contação de Histórias, Leitura, Literatura Infantil e Juvenil, Formação do Leitor e EaD.

Citas

ANTELO, Raul. Literatura em revista. São Paulo: Ática, 1984.

GARCIA, Nelson Jahr. Estado Novo: ideologia e propaganda política; a legitimação do Estado autoritário perante às classes subalternas. São Paulo: Loyola, 1982.

GARBUGLIO, José Carlos et al. Graciliano Ramos. Coleção Escritores Brasileiros – Antologia & Estudos. São Paulo: Ática, 1987.

GOMES, Angela Maria de Castro. A construção do homem novo: o trabalhador brasileiro. In: OLIVEIRA, Lúcia Lippi et al. Estado Novo: Ideologia e Poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

______. História e historiadores: a política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getulio Vargas, 1996.

LIMA, Eli Napoleão de. Euclides da Cunha e o Estado Novo. In: ALMEIDA, Angela M. A.; ZILLY, Berthold; LIMA, Eli Napoleão (org.). De sertões, desertos e espaços incivilizados. Rio de Janeiro: FAPERJ: MAUAD, 2001.

MELO, Ana Amélia M. C. Pensando o Brasil: os escritos de Graciliano Ramos durante o Estado Novo. In: ALMEIDA, Angela M. A.; ZILLY, Berthold; LIMA, Eli Napoleão (org.). De sertões, desertos e espaços incivilizados. Rio de Janeiro: FAPERJ: MAUAD, 2001.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Tradição e Política: o pensamento de Almir de Andrade. In: OLIVEIRA, L. L. et al. Estado Novo: Ideologia e Poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

RAMOS, GRACILIANO. Memórias do cárcere.6 ed. São Paulo: Martins Editora, 1962. 2 v.

RAMOS, GRACILIANO. Linhas tortas. 8 ed. Rio, São Paulo:Record, 1980.

RAMOS, GRACILIANO. Viventes das Alagoas: quadros e costumes do Nordeste. 10 ed. Rio, São Paulo:Record, 1981.

VARGAS, Getúlio. Discurso de posse na ABL. In: Discursos Acadêmicos. Rio de Janeiro: ABL, 2007. tomo III.

VARGAS LLOSA, Mario. Cartas a um jovem escritor: toda vida merece um livro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.

VELLOSO, Mônica Pimenta. Cultura e Poder Político: Uma configuração do campo intelectual. In: OLIVEIRA, L. L. et al. Estado Novo: Ideologia e Poder. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

Publicado

2020-04-20

Cómo citar

Pinheiro de Vasconcelos, F. F., & Souza Santos, L. (2020). CRÔNICAS DO ESTADO NOVO: GRACILIANO RAMOS E A REVISTA CULTURA POLÍTICA. EntreLetras, 11(1), 67–92. https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p67