ROMANCE E MEMÓRIA:
RETRATOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL EM PASSEIO AO FAROL DE VIRGINIA WOOLF
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n1p139Resumo
O presente estudo tem por objetivo apresentar os efeitos da primeira guerra mundial no romance Passeio ao farol, de Virginia Woolf, por meio de teóricos que discutem a relação entre memória, história e literatura, como é o caso de Kramer, Halbwachs, Ricceur, Heller, Bosi, Lima, Benjamin, dentre outros. Vale ressaltar que, em Passeio ao farol, a escritora inglesa expressa, por meio de monólogos interiores, as tensões e destruições provocadas pela guerra, além de realizar várias indagações a respeito da humanidade e seus valores. A primeira guerra mundial se tornaria um fator de crise no contexto do homem do século XX, pois o mesmo que efetivou inovações nos saberes também destruiu os seus semelhantes por interesse e poder. Virginia Woolf, imbuída desta perspectiva crítica, desconstrói a figura do homem tradicional em seu romance e apresenta um novo ser, cuja representação é fragmentada e caótica.
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