COLETIVO DE MULHERES E OS QUINTAIS TAMATATEUENSES
uma relação de bem viver e r-existência
DOI :
https://doi.org/10.20873/rtg.v13i30.17680Mots-clés :
Quintal, Mulheres, R-existênciaRésumé
O presente estudo é resultado de uma pesquisa sobre os quintais tamatateuenses, no nordeste do estado do Pará. Apresenta como objetivo principal compreender o processo de bem viver e de r-existência dos quintais tamatateuenses. Os procedimentos metodológicos são divididos em pesquisa bibliográfica, de campo e análise de dados, seguida da escrita. As técnicas utilizadas na pesquisa foram: observação participante, entrevistas semiestruturadas e registro audiovisual. O locus da pesquisa foi a comunidade do Tamatateua, a qual teve como interlocutoras as “Mulheres Guerreiras de Tamatateua”. Verificou-se que os quintais tamatateuenses, além de constituírem um espaço de amor, conectividade e gratidão, formam espaços de relação entre as mulheres e os sistemas produtivos que ficam em torno das residências, sendo assim um local de diversas experiências, pois esses territórios são utilizados para plantar hortaliças, frutas, plantas, e criar animais. No mais, constatou-se que esses quintais são espaços de r-existência e territórios de trocas afetivas entre as mulheres, demonstrando uma relação de bem viver com o ambiente. Torna-se evidente que a relação entre o coletivo de mulheres e os quintais tamatateuenses é muito mais do que uma coexistência. Ela representa um complexo tecido social, enraizado nas tradições e experiências compartilhadas das mulheres dessa comunidade.
Références
AMARAL, C. N. do; GUARIM NETO, G. Os quintais como espaços de conservação e cultivo de alimentos: um estudo na cidade de Rosário Oeste (Mato Grosso, Brasil). Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 3, n. 3, p. 329-341, set.-dez. 2008.
ANDRADE, M. P. Terra de índio: identidade étnica e conflito em terras de uso comum. São Luís: UFMA, 1999.
BRASIL, F.S.; BRASIL, M.S. Economia Solidária, bem viver e decrescimento: primeiras aproximações. Emancipação, Ponta Grossa (PR), v. 13, n. 3, p. 93-104, 2013. Disponível em: https://revistas.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/5190. Acesso em: 10 set. 2023.
BRITO, M. A.; COELHO, M. F. Os quintais agroflorestais em regiões tropicais – unidades autossustentáveis. Revista Agricultura Tropical, v. 4, n. 1, p. 7-35, 2000.
FERREIRA, M. S. F. D. A comunidade de Barranco Alto: diversificação de saberes às margens do rio Cuiabá. 1995. 137 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 1995.
HEREDIA, B. M. A. de; GARCIA, M. F.; GARCIA JR, A. R. O lugar da mulher em unidades camponesas. In: AGUIAR, N. (org.). Mulheres na força de trabalho na América Latina: análises qualitativas. Rio de Janeiro: Vozes, 1984.
KUMAR, B. M.; NAIR, P. R. The enigma of tropical homegardens. Agroforestry Systems, v. 61, n. 1-3, p. 135-152, 2004.
NAIR, P. R. Introduction to Agroforestry. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 1993.
OAKLEY, E. Quintais domésticos: uma responsabilidade cultural. Agriculturas, v. 1, n. 1, p. 37-39, 2004.
OLIVEIRA, E.; ENS, R. T.; ANDRADE, D. B. S. F.; MUSS, C. R. Análise de conteúdo e pesquisa na área da educação. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 4, n. 9, p. 11-27, 2003.
PASA, M. C. Etnobiologia de uma comunidade ribeirinha no alto da bacia do rio Aricá-Açú, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. 2004. 174 f. Orientador: João Juares Soares. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.
PEREIRA, B. M.; ALMEIDA, M. G. de. O quintal Kalunga como lugar e espaço de saberes. Geonordeste, ano XXII, n. 2, p. 47-64, 2011.
POSEY, D. A. Manejo da floresta secundária, capoeiras, campos e cerrados (Kayapó). In: RIBEIRO, D. (ed.); RIBEIRO, B. G. (coord.) Suma etnológica brasileira: V. 1 – Etnobiologia. Petrópolis: Vozes; Finep, 1986. p. 172-185.
RAUBER, I. Una opción civilizatoria com rostro indígena. Alai – America Latina en Movimiento. 2010. Disponível em: https://www.alainet.org/es/active/40086. Acesso em: 2 maio 2023.
REIS, R. L. Paneiro do Mangal: uma experiência do grupo de mulheres da comunidade do Tamatateua, maretório da Reserva Extrativista Marinha Caeté-taperaçu. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Pará, Bragança, 2022.
SANTOS, A. B. Economia solidária: princípios e práticas. Editora Solidária, 2018.
SILVA, A. P. R.; MANESCHY, M. C. Desenvolvimento e equidade de gênero? Experiência de um projeto de geração de renda para mulheres em uma reserva extrativista marinha do Pará. Gênero na Amazônia, Belém, n. 16-18, p. 249-262, jul./dez. 2020.
SILVA, M. C. Mulheres e economia solidária: empoderamento e transformação social. Revista de Economia Solidária, v. 3, n. 2, p. 45-58, 2019.
SILVA, Y. V. L. Plantando com a memória”: os Quintais como espaço de vida na poética de gente, tempo e lugar. 2018. 178 f. Orientador: Marcelo Lelles Romarco de Oliveira. Dissertação (Mestrado em Extensão Rural) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa (MG), 2018.
SOUSA, L. Empoderamento feminino e economia solidária: um estudo de caso nos quintais tamatateuenses. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Pará, 2020.
TUAN, Yi-Fu. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© Journal de géographie Tocantinense 2024
Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution - Pas d'Utilisation Commerciale - Pas de Modification 4.0 International.
Revista Tocantinense de Geografia ne rémunère aucun auteur pour la publication de ses textes. Le contenu des textes publiés dans cette revue relève de la responsabilité des auteurs.