VOTO, TERRITÓRIO E CLASSES SOCIAIS NO PROCESSO ELEITORAL DE 2022
o caso de Belém-Pará
DOI :
https://doi.org/10.70860/rtg.v13i31.19323Mots-clés :
ClasseRésumé
O artigo discute os resultados do segundo turno do processo eleitoral brasileiro para Presidência da República de 2022, considerando as estratégias políticas, os interesses e as disputas manifestadas no pleito eleitoral no município de Belém, Estado do Pará. Analisa, à luz do debate territorial e de classe, a relação entre votos válidos, território e classes sociais no referido pleito. Para isso, além da revisão bibliográfica e análise documental: (i) construiu banco de dados georreferenciados com informações eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e dados socioeconômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); (ii) realizou pesquisa de opinião utilizando amostra de conveniência, estratificada por faixa de renda. Mostra que não houve correspondência direta das classes de alta e média rendas, residentes em áreas com melhor infraestrutura, ao projeto (de direita) da candidatura de Jair Messias Bolsonaro, nem das classes de menor renda, moradoras em áreas periféricas e/ou deficitárias de infraestrutura ao projeto (de esquerda) da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Ademais, evidencia que as estratégias discursivas da mídia e das fake news repercutiram de modo e com importância diferenciada nas ações, por classe e segmento do território, no pensamento político e na decisão do voto em Belém.
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