A UVA ORGÂNICA NA REGIÃO DE COLONIZAÇÃO ITALIANA DO NORDESTE DO RIO GRANDE DO SUL:
A experiência dos agricultores da Ecovêneto em Cotiporã (RS)
DOI :
https://doi.org/10.20873/rtg.v9n18p22-39Mots-clés :
'Uva Orgânica', 'Vitivinicultura', 'Agricultura familiar', 'RCI'Résumé
A Região de Colonização Italiana do Nordeste do Rio Grande do Sul (RCI) possui características culturais presentes em seu território, que estão fortemente atreladas ao processo de ocupação e povoamento inicial do espaço sulino, a partir de 1875 pelos colonos italianos. O trabalho dedicado à produção de uva e vinho se insere dentro desse contexto e, com o passar dos anos, este ofício se tornou a principal atividade agrícola da RCI, que desde as primeiras vinhas que foram plantadas na região mantém sua tradição vitivinícola centrada no núcleo familiar, em que diferentes gerações de uma mesma família compartilham do mesmo ambiente de trabalho, a propriedade agrícola da família com o cultivo dos parreirais. Este é o caso do município de Cotiporã, que apresenta uma quantidade expressiva de agricultores familiares, em sua maior parte, descendentes dos primeiros colonos italianos, que se instalaram onde hoje se localiza o município e continuaram se dedicando à cultura da uva e do vinho, tornando o município um dos maiores produtores de uva do Estado. A maior parte da uva cultivada na RCI é realizada nos moldes da agricultura convencional. Porém, em Cotiporã, um grupo de agricultores decidiu converter os vinhedos do sistema convencional para o orgânico. Dessa forma, o artigo busca entender os motivos que têm impulsionado a mudança de paradigma agrícola no município. Os procedimentos metodológicos que orientaram a pesquisa foram: revisão bibliográfica, entrevistas semiestruturadas, trabalho de campo e análise dos dados e documentos coletados.
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