A PRESSÃO URBANA NO ENTORNO DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA FAZENDINHA EM MACAPÁ-AMAPÁ
DOI:
https://doi.org/10.20873/rtg.v12i28.16682Palavras-chave:
Território, Unidades de Conservação, CidadesResumo
No Amapá, o uso das terras se apresenta sob diferentes perspectivas. O viés ambiental, é um desses cenários, que ecoa na sociedade contemporânea, como urgente discurso de sobrevivência planetária. As dinâmicas populacionais e urbanas percebidas no Amapá, especialmente nas cidades de Macapá e Santana, revelam uma produção urbana alicerçada em atender o avanço das atividades produtivas, em particular no uso do solo urbano, condição que reverbera no entorno da Área de Proteção Ambiental da Fazendinha. O objetivo deste artigo é contribuir com uma análise sobre como a produção capitalista do território tem avançado e provocado uma pressão urbana no entorno da APA da Fazendinha, impactando na sua existência e manutenção. Este trabalho é parte da dissertação de mestrado defendida em dezembro de 2022 pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Amapá- PPGEO/UNIFAP. Esta análise centrou nas discussões teóricas, atividades de campo e produção de mapas. As reflexões e medites aqui elencadas, permitiram confirmar que a pressão urbana exercida no entorno da APA, é reflexo do processo de urbanização pelo qual as referidas cidades vivenciam e que a preservação ambiental construída na implementação das unidades de conservação é, na verdade, uma geopolítica governamental, assegurando ao Estado o domínio e controle de porções do território.
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