REGULARIDADES DISCURSIVAS NO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS POR MEIO DE SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2022v13n3p218-234Palavras-chave:
Regularidades discursivas, gêneros textuais, Sequências didáticasResumo
Este texto tem como escopo refletir acerca do ensino, em Língua Portuguesa, no que tange ao ensino de gêneros, que visa a ser definido ou categorizado por meio do uso de sequência didática (SD), embora os estudos bakhtinianos considerem que aos gêneros não devem ser agregadas características fixas, mas que eles comportam contínuas transformações, são maleáveis e plásticos. No entanto, à medida que são pautados, dirigidos, por SD, os gêneros adquirem características estáticas, padronizadas, de texto igual para todos. Para fundamentar a pesquisa, descrever, analisar e interpretar os dados recorre-se a Foucault (1995; 2013; 2014a; 2014b, 2017; a Bakhtin (2010) para se entender a importância da não categorização dos gêneros; e a Geraldi (1984; 1992; 2010, 2018) e Larrosa (2017; 2002) no que diz respeito à importância da experiência da escrita no contexto escolar. O corpus é composto de excertos de 26 dissertações do Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) visando-se analisar o uso de SD como procedimento metodológico que visa à categorizar o ensino de gêneros, levando-se em consideração os autores Dolz, Noverraz & Schneuwly (2004), que compõem o Grupo de Genebra, conhecidos por montarem estratégias didatizadoras. Os resultados revelam que o sujeito professor em formação é levado a utilizar os gêneros como objetos mediadores do processo de ensino e aprendizagem. Dessa forma, a ênfase no ensino está pautada pelos gêneros, como única forma de ensinar a ler e escrever.
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