POLARIDADES DE ESQUERDA: ENTRE O POLÍTICO E O SENSO COMUM
Keywords:
polaridades, dicotomias, topologiaAbstract
Podemos considerar este trabalho como desdobramento de Vilarinho (2012), no qual buscamos definições para a estrutura topológica Banda de Moébius, apoiando-nos no conceito de complementaridade, extraído de Henry (1992). Especificamente neste estudo analisamos o Novo Estatuto do Partido dos Trabalhadores, doravante PT, publicado em 2001. Buscamos os conceitos de direita e esquerda apreendidos do citado documento e comparamos os mesmos com as definições encontradas em ditados populares. Como ferramenta de análise, utilizamos as propriedades matemáticas da Faixa de Cilindro e da Banda de Moébius. Como pudemos observar, o termo esquerda (o) pode ter vários significados. Pode simplesmente ser o contrário de direita, melhor visualizado com a ajuda da Faixa de Cilindro, como pode significar algo torto, indesejável, mau agouro, conforme definições do senso comum. Se para o senso comum, o esquerdo tem uma conotação negativa, na política, especificamente no texto do PT, a esquerda tem definições que aproximam o significado do termo do que é positivo e desejável. O termo, por si só, não possui carga semântica para que o posicionemos em um lugar que seria o contrário do que é direito. Porém, quando nos debruçamos em uma análise mais minuciosa, observamos claramente um deslocamento de sentido. Verificamos que a esquerda ora pode ser positiva, ora negativa. Melhor dizendo, no documento do PT, o sentido extraído do termo esquerda em nada se assemelha ao do senso comum. São vários os significados nos diversos discursos, do senso comum ao político.
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