REDAÇÃO ESCOLAR

UMA MERA TIPOLOGIA TEXTUAL OU UM GÊNERO TEXTUAL-DISCURSIVO PLENO?

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n2p270

Palabras clave:

redação escolar, responsividade, posição-sujeito, práticas escolares, concursos

Resumen

Neste texto, de caráter ensaístico, problematizamos as referências à redação escolar como um mero tipo de texto. Nosso objetivo é questionar por que não a assumir, sem receios, como um gênero textual pleno, mesmo considerando as críticas a essa prática coercitiva no ambiente onde circula. A discussão aqui empreendida, pelo viés do linguista aplicado, destaca alguns posicionamentos de estudiosos da linguagem e de pesquisadores do ensino de língua materna, bem como dialoga teoricamente com categorias de duas vertentes discursivas, a bakhtiniana (responsividade) e a pêcheutiana (posição-sujeito e interdiscuso), observando a fronteira de cada escopo, a fim de deslocar definições que não mais respondem ao funcionamento desse tipo de comunicação, isto é, o mediado pela redação escolar.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Kerlly Karine Pereira Herênio, Instituto Federal do Maranhão (IFMA)

Doutora em Letras pela UFT. Docente no Instituto Federal do Maranhão. 

Janete Silva dos Santos, UFT

Possui mestrado (2001) e doutorado (2010) em Linguística Aplicada pela Unicamp. Licenciada plena em Letras pela UFPA (1996). Docente (adjunto IV) da universidade Federal do Tocantins (UFT) no curso de Letras (graduação) e no PPGL. Membro do Comitê PIBIC da UFT na área de Ciências humanas, sociais aplicadas e Letras. É líder do grupo de pesquisa LES (Linguagem, Educação e Sustentabilidade). Foi bolsista de produtividade em pesquisa da UFT de 2014 a 2015. Tem experiência na área de Letras, Linguística, com ênfase em Letras/Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: gramática e contextualização, escrita, texto, ensino, estratégia de leitura em livro didático, análise do discurso, letramento, discursos de sustentabilidade

Citas

BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2011.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Mª Ermantina G.G. Pereira. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BRASIL, Ministério da Educação. Portaria n. 391. Portaria Ministerial nº 391, de 07 de fevereiro de 2002.

BRESSANIN, J. A. Prática de leitura e produção textual no ensino médio: aperfeiçoando a capacidade de argumentar. 2006. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagem) – Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2006.

BORGES, Márcia M. M.; SILVA, R. C. A heterogeneidade discursiva em redações escolares. Disponível em http://anaisdosead.com.br/2SEAD/SIMPOSIOS/RosangelaCostaDaSilva.pdf Acesso em: 4 abr. 2015.

BRITO, C. C. P. Sujeito, Linguagem e Escrita. EntreLetras, Araguaína, v. 3, n. 2, p. 175-191, 2012.

CASTALDO, M. M.; COLELLO, S. G. Redação no vestibular: perspectivas de reorientação da prática escolar. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 25, n. 57, p.84-119, 2014

COSTA-VAL, M. G. Redação e textualidade. 2ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

CLAVER, R. (2006). Escrever sem doer – oficina de redação. Belo Horizonte: Editora da UFMG.

EVARISTO, A. C. S; BAZARIM, M. Os efeitos da interação mediada por cartas nos letramentos dos alunos. Linha mestra, n.36, set/dez, p.444-450, 2018.

FERREIRO, E. Com todas as letras. Cortez, São Paulo, 1993.

GERALDI, J.W. Da redação à produção de textos. In: CHAPPIN, L. Aprender e ensinar com textos. São Paulo: Cortez, p. 17-24, 1997.

GUEDES, P.C. Da redação à produção textual – o ensino da escrita. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

LOPES-ROSSI, M.A.G. O desenvolvimento de habilidades de leitura e de produção de textos a partir de gêneros discursivos. In: ______. Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. São Paulo: Cabral Editora e Livraria Universitária, p. 19-39, 2002.

LUNA, M.J.M. A redação no vestibular – a elipse e a textualidade. Recife: UFPE, 2004.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

MARINHEIRO, T. S.; BORGES, F. C. V. Paráfrase e polissemia: produções textuais escritas na escola. Nucleus, v. 8, n. 1, p. 133-150, 2011.

ORLANDI, E. P. Análise do discurso – princípios e procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009.

PAVANI, C. F; KÖCH, V. S; BOFF, O. M. B. Redação de vestibular: gênero heterogêneo. Revista Virtual de Estudos da Linguagem – ReVEL. v. 4, n. 6, p. 1-13, março de 2006.

PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni Puccinelli Orlandi et al. 5ed. Campinas-SP: Editora da Unicamp, 2014.

_________. O discurso: estrutura ou acontecimento. 5ed. Trad. Eni Orlandi. Campinas: Pontes, 2008.

PILAR, J. A redação de vestibular como gênero. In: MEURER, J.L.; MOTTHA-ROTH, D. (Org.). Gêneros textuais e práticas discursivas. Bauru: EDUSC, p. 159 – 173, 2002.

ROSA, T. M. O.; FREITAS, M. R. S.; SILVA, L. H. O. Os textos no Sistema de Avaliação Permanente do Tocantins (SISAPTO): análise de uma orientação de sentidos para o ensino de língua materna. Entreletras, Araguaína, v. 6, n. 2, p.155-169, 2015.

SANTOS, J. S.; SANTOS A. S. Rev. FSA, Teresina, v. 16, n. 3, art. 10, p. 185-210, mai./jun. 2019.

SILVA, E. M; ARAÚJO, D. L. Redação no vestibular: efeito retroativo da noção de gêneros textuais. Trab. Ling. Aplicada -Campinas, v. 48. n.1, p. 133-152, 2009.

SILVA, M. Q.; ALVES, M. P. C. O funk e a leitura dialógica de sujeitos: a perspectiva bakhtiniana. Entreletras, Araguaína, v. 9, n. 2, p. 08-26, 2018.

SILVA, S. L.; ROCHA, J. S. L. H. Livro didático de língua portuguesa: um gênero de discurso multimodal. Revista Leia Escola, Campina Grande, v. 19, n. 3, p. 200-2010, 2019.

SILVA, W. R. Algumas contribuições da linguística aplicada para o ensino de escrita em aulas de língua materna no Brasil. Investigações. vol. 22, nº 2, julho, p.135-160, 2009.

SOARES, M. Linguagem e escola – uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2000.

Publicado

2020-10-11

Cómo citar

Herênio, K. K. P., & Silva dos Santos, J. . (2020). REDAÇÃO ESCOLAR: UMA MERA TIPOLOGIA TEXTUAL OU UM GÊNERO TEXTUAL-DISCURSIVO PLENO?. EntreLetras, 11(2), 255–271. https://doi.org/10.20873/uft.2179-3948.2020v11n2p270