ALEGORIA E NECROPOLÍTICA
O CADÁVER COMO EMBLEMA NA CONTRARREFORMA DO NEOLIBERALISMO
DOI :
https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2022v13n2p40-51Mots-clés :
alegoria; cadáveres; contrarreforma do neoliberalismoRésumé
A partir do conceito de alegoria em Walter Benjamin, são propostas, neste artigo, considerações sobre os vínculos entre o desaparecimento de corpos humanos pela ditadura cívico-militar brasileira e pelas políticas de morte empreendidas, durante a pandemia de Covid-19, por seus herdeiros, hoje no poder. O argumento parte da expressão alegórica do cadáver como emblema. Em ambos os contextos, tal expressão se encontraria na própria ausência desses cadáveres. Essa ausência impede o trabalho de luto coletivo. Analogamente, propicia um esquecimento passivo sobre o qual podem se instaurar, novamente, retrocessos antidemocráticos, como os que tomam forma agora, nesta outra fase do neoliberalismo.
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