O PAPEL DO GÊNERO “ENTREVISTA DE AUTOCONFRONTAÇÃO” NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INICIANTES

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DOI :

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2023v14n1p191-212

Mots-clés :

entrevista em autoconfrontação, desenvolvimento profissional, instrumento, representações iniciais

Résumé

Neste artigo, abordaremos um gênero oral que não se constitui como objeto de ensino, mas como instrumento, no sentido vygotskiano, para o desenvolvimento profissional: a entrevista em autoconfrontação. Embora tenha sido utilizada há mais ou menos duas décadas no campo da Formação de Professores, poucos são os trabalhos que mostram porque as características enunciativas, discursivas e linguístico-discursivas das autoconfrontações são suscetíveis de contribuir para o desenvolvimento profissional dos participantes. Partindo dessa constatação, procuraremos fazer uma síntese das características das autoconfrontações que identificamos em pesquisas anteriores para descrever alguns excertos em que há mudanças nas representações iniciais dos professores em relação a algum aspecto de seu trabalho.

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Biographie de l'auteur-e

Eliane Gouvêa Lousada, USP

Professora Doutora do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. elianelousada@uol.com.br; ORCID:  https://orcid.org/0000-0002-3065-2769

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Publié-e

2023-05-18

Comment citer

Lousada, E. G. (2023). O PAPEL DO GÊNERO “ENTREVISTA DE AUTOCONFRONTAÇÃO” NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES INICIANTES . EntreLetras, 14(1), 191–212. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2023v14n1p191-212