SOB UM HORIZONTE LADINOAMEFRICANO
UMA LEITURA GLISSANTIANA DO ROMANCE UM DEFEITO DE COR
DOI:
https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19349Palavras-chave:
paradigma ladinoamefricano, prefácio, Édouard Glissant: teoria, ferocidade poética, literatura insurgenteResumo
Partindo de um paradigma ladinoamefricano, inspirado pelo pensamento de Lélia Gonzalez (2018), proponho uma leitura glissantiana do romance Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves (2022), compreendendo-o como “prefácio”, nos termos de Alcione Corrêa Alves (2022) em diálogo com Édouard Glissant (2005). Assim, o romance é analisado como parte de um conjunto mais amplo de literaturas ladinoamefricanas, que inclui Insubmissas lágrimas de mulheres, de Conceição Evaristo (2020), Humus, de Fabienne Kanor (2016), e las Negras, de Yolanda Arroyo Pizarro (2012), numa abordagem comparativa que consagra uma Poética da Relação (Glissant, 2021).
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