Capitalismo e resistência no campo
modo de vida tradicional dos Kalungas no município de Arraias-TO
DOI:
https://doi.org/10.20873/rtg.v7n12p37-52Schlagworte:
Quilombolas; campesinato; resistência.Abstract
No presente estudo destacamos a comunidade Kalunga residente na região de Arraias-TO. Em geral os quilombolas em questão são herdeiros de escravos que fugiram de garimpos no século XVIII. Além da extração mineral também praticavam a caça, pesca, roçado e criação de gado extensivo. Três grupos entraram em conflito com o quilombola nesse período: os bandeirantes, os capitães do mato nomeados pelo Estado e as nações indígenas (especialmente xavante e caiapó). Na comunidade Kalunga do Tocantins o acesso às políticas públicas é precário, levando seus moradores a seguirem para Arraias em busca de atendimento em saúde e assistência social (LOPES, 2009, p.105; 109). As principais questões que nortearam a pesquisa em tela foram: Qual a relação que estabelecem entre o modo de vida tradicional e a lógica do capital? Podemos contrapor a ontologia Kalunga à visão dominante da ontologia moderna? Como os Kalungas relacionam a ancestralidade e a terra em que vivem? Como se travam as relações de produção na comunidade? Como equacionam suas demandas alimentares? Qual o papel da etnobotânica na construção e manutenção de uma identidade que relaciona homem e natureza? As respostas obtidas indicam que a conjugação de saberes, tradição e organização política pode ser eficaz na luta local contra a desertificação neoliberal.
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