MEMÓRIA E FALTA EM TORNO DA FIGURA DA “MÃE” EM “OLHOS D’ÁGUA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO E A AUTOBIOGRAFIA DA MINHA MÃE, DE JAMAICA KINCAID

AMEFRICANIDADE, CORPO E HISTÓRIA POTENCIAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19333

Palavras-chave:

Mãe, Memória, Decolonial, Corpo, Amefricanidade

Resumo

O que é a figura materna em “Olhos d’água” e A Autobiografia da minha mãe? Ela é a perseguição da identidade. A memória e a perda. Mas é também lugar de um presente do passado. São obras da perda diaspórica carregadas de “teor testemunhal”, que têm como pano de fundo as máquinas coloniais e pós-coloniais. Elementos atuando hoje. Essas permanências são chamadas por Azoulay (2024) de retenções imperiais. Baseado nessas notações, este artigo buscará propor uma leitura comparada entre Conceição Evaristo e Jamaica Kincaid a partir de um espaço comum, uma zona de trauma e potencialidade, a Amefricanidade (Gonzalez, 2020).

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Biografia do Autor

Ian Costa, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduado em História e Letras. Mestre e Doutorando em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ganhador do Prêmio Mario Gonzalez da Associação Brasileira de Hispanistas - 2022.

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Publicado

2024-12-30

Como Citar

Costa, I. (2024). MEMÓRIA E FALTA EM TORNO DA FIGURA DA “MÃE” EM “OLHOS D’ÁGUA”, DE CONCEIÇÃO EVARISTO E A AUTOBIOGRAFIA DA MINHA MÃE, DE JAMAICA KINCAID: AMEFRICANIDADE, CORPO E HISTÓRIA POTENCIAL. EntreLetras, 15(3), 20–42. https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19333

Edição

Seção

DOSSIÊ: NUANCES DO PROTAGONISMO FEMININO AFRO-BRASILEIRO E AFRO-CARIBENHO NA LITERATURA CONTEMPORÂNEA - v. 15, n. 3, 2024