A CONSTRUÇÃO “BE LIKE” COMO INTERAÇÃO FICTIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19597

Palavras-chave:

be like, mudança linguística, abordagem cognitivo-funcional

Resumo

A construção “be like” (ser como), usada para introduzir discurso direto, tem sido investigada sob perspectiva sociolinguística, como comum entre jovens. Este estudo, em abordagem cognitivo-funcional, visa examinar essa construção como marcador de interação fictiva. Para tanto, analisa, conforme variáveis mórficas e semântico-discursivas, dados do século XX e XXI, do Corpus COCA. Os resultados revelam aumento da frequência de uso no século XXI, especialmente na fala, predominantemente em primeira pessoa, no pretérito e expressando pensamentos. Tais dados sugerem que esta construção não apenas reflete uma mudança na forma de citar, mas também revela nuances na expressão de pensamentos e emoções.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Camila Neiva Leite de Oliveira, Universidade Federal do Ceará

Graduada em Letras Inglês pela Universidade Estadual do Ceará (2023), em que atuou como revisora de normatização na EdUece e Biblioteca Central. Professora de Inglês, interessa-se por descrição da língua inglesa em abordagem cognitivo-funcional. Faz parte do grupo Pesquisas em Análise Linguística e Cognição - PALCO (UFC/CNPq), em que desenvolve pesquisas na área.

Maria Claudete Lima, Universidade Federal do Ceará

Professora Associada da Universidade Federal do Ceará, onde atua na graduação em Letras e no Programa de Pós-Graduação em Linguística. Graduada em Letras, português-inglês pela UECE. Mestre e Doutora em Linguística pela Universidade Federal do Ceará. Fez estágio pós-doutoral na Mackenzie, sob supervisão de Maria Helena de Moura Neves (2019/2020). Tem experiência na área de Descrição do Português, com ênfase em Morfossintaxe, especificamente, na categoria de voz (média, passiva, impessoal), estudada na perspectiva cognitivo-funcional. Faz parte do GEF - Grupo de Estudos em Funcionalismo e lidera o grupo PALCO - Pesquisas em Análise Linguística e Cognição. É editora da Entrepalavras, revista de linguística da UFC (www.entrepalavras.ufc.br/revista).

Referências

BARBIERI, Federica. Quotative Use in American English: A Corpus-Based, Cross-Register Comparison. Journal of English Linguistics, Arizona , v. 33, n. 3, p. 222-256, 2005. DOI: 10.1177/0075424205282667 Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/249700171_Quotative_Use_in_American_EnglishA_Corpus-Based_Cross-Register_Comparison. Acesso em: 01 de fevereiro de 2025.

BLYTH, Carl Jr., RECKTENWALD, Sigrid; WANG, Jenny. I'm like, 'Say what?!': A new quotative in American oral narrative. American Speech. v. 65, n. 3, p. 215-227, 1990. DOI: https://doi.org/10.2307/455910 Disponível em: https://www.jstor.org/stable/455910. Acesso em: 01 de fevereiro de 2025.

BUCHSTALLER, Isabelle. Quotatives: New Trends and Sociolinguistic Implications. Oxford: Wiley-Blackwell, 2014.

D’ARCY, Alexandra. The diachrony of quotation: Evidence from New Zealand English. Language Variation and Change. Inglaterra, v. 24, n. 3, p. 343-369, 2012. DOI: 10.1017/S0954394512000166 Disponível em: https://www.cambridge.org/core/journals/language-variation-and-change/article/abs/diachrony-of-quotation-evidence-from-new-zealand-english/6A0FD8DABE133806EE3EA73A703C06A6. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

DENG, Delin. “She’s Like Why You Speak English While Dreaming?”: A Corpus-Based Study of Quotative Markers Used by Chinese Speakers of L2 English. Languages, Gainesville, v. 8, n. 1, p. 51, 2023. DOI: 10.3390/languages8010051 Disponível em: https://www.mdpi.com/2226-471X/8/1/51. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

DEUBER, Dagmar; HÄNSEL, Eva Canan; WESTPHAL, Michael. Quotative be like in Trinidadian English. World Englishes, Münster, v. 40, n. 3, p. 436-458, 2021. DOI: 10.1111/weng.12465 Disponível em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/weng.12465. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

JARDINE, Katelyn. He’s Like, “My Nan Loves That Naan Bread”: Quotative Be+Like and Mimetic Performance Among Migrants to St. John’s NL. 2022. 94 páginas. Tese (Mestre em Artes) - Escola de Estudos de Pós graduação Departamento de Linguística, Universidade Memorial de Newfoundland, Canadá, 2022.

KAMBON, Obadelé Bakari; DUAH, Reginald Akuoko. Non-african linguists be like, “this is a new way to quote!. Ghana Journal of Linguistics, Ghana, v. 6, n. 2, p. 85-115, 2017. DOI: 10.4314/gjl.v6i2.5 Disponível em: https://www.ajol.info/index.php/gjl/article/view/164004. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

LANGACKER, Ronald Wayne. Foundations of Cognitive Grammar. Volume I: Theoretical Prerequisites. Stanford: Stanford University Press, 1987.

LANGACKER, Ronald Wayne. Cognitive grammar: a basic introduction. Oxford university press, 2008.

LANGACKER, Ronald Wayne. Ten lectures on the elaboration of cognitive grammar. Leiden/Boston: Brill, 2017.

MEEHAN, Teresa. It’s like, ‘what’s happening in the evolution of like?’: A theory of grammaticalization. Kansas Working Papers in Linguistics. Lawrence, v. 16: 37–51, 1991.

DOI: 10.17161/KWPL.1808.423 Disponível em: https://journals.ku.edu/kwpl/article/view/17306. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

PASCUAL, Esther. Imaginary trialogues: conceptual blending and fictive interaction in Criminal Courts, Amsterdam, Landelijke Onderzoekschool Taalwetenschap, 2002.

PASCUAL, Esther. Fictive interaction within the sentence: a communicative type of fictivity in grammar. Cognitive Linguistics. Birmingham, v. 17, n. 2, p. 245-267, 2006. DOI: 10.1515/COG.2006.006 Disponível em: https://www.degruyter.com/document/doi/10.1515/COG.2006.006/html. Acesso em: 03 de fevereiro de 2025.

RAUŠOVÁ, Veronika. Discourse-pragmatic functions of like in spoken discourse. 2023. Tese (Doutorado em filologia e ensino da língua inglesa). - Faculdade de filosofia e Instituto de língua Inglesa e Didática, Universidade Carolina, Praga, 2023.

TAGLIAMONTE, Sali, D'ARCY, Alex. When people say, "I was like …" The quotative system in Canadian youth. Working Papers in Linguistics. v. 10, n. 2 (Selected Papers from NWAVE 32): 257–272.

TALMY, Leonard. Toward a cognitive semantics. London: MIT, 2003.

VANDELANOTTE, Lieven. Be like and friends: Grammar, figuration and subjectivity. Séminaire du LERMA. Anais... Aix Maiselle Université: LERMA, 2018. Disponível em: https://lerma.univ-amu.fr/wp-content/uploads/2020/11/Abstract-Vandelanotte-25052018.pdf. Acesso em: 17 dez. 2024.

VANDELANOTTE, Lieven. (Non-)quoting and subjectivity in online discourse. Revue électronique d’études sur le monde anglophone. Marselha, v. 17, n. 2, 2020. DOI: 10.4000/erea.9782 Disponível em: http://journals.openedition.org/erea/9782. Acesso em: 17 dez. 2024.

Downloads

Publicado

2025-07-21

Como Citar

Oliveira, C. N. L. de, & Lima, M. C. (2025). A CONSTRUÇÃO “BE LIKE” COMO INTERAÇÃO FICTIVA. EntreLetras, 16(1), 117–138. https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19597

Edição

Seção

DOSSIÊ: GRAMÁTICA E COGNIÇÃO: UMA HOMENAGEM A LILIAN FERRARI - v. 16, n. 1, 2025