AUTORRETRATO DE UMA MÃE NEGRA
QUARTO DE DESPEJO DE CAROLINA MARIA DE JESUS
DOI :
https://doi.org/10.70860/ufnt.entreletras.e19348Mots-clés :
Carolina Maria de Jesus, literatura brasileira, modos de ver, maternidadeRésumé
Este artigo analisa Quarto de Despejo (1960) de Carolina Maria de Jesus, destacando o embate entre uma perspectiva afrodescendente e uma perspectiva moderna, aqui relacionadas respectivamente ao abebé e à vitrine. A maternidade ocupa um papel central na narrativa, evidenciando como o racismo estruturante do moderno perpetua traços da escravidão, tais como a ameaça constante de mães negras pobres perderem seus filhos. Carolina constrói na sua escrita uma leitura crítica, criativa e emancipatória do Brasil no contexto da intensa modernização dos anos 1950, conectada ao cuidado da memória afrodescendente e à luta por liberdade, justiça racial e social.
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