MI SIMÓN BOLÍVAR (1930)

UM NOVO PARADIGMA LITERÁRIO

Autores

  • Hugo Eliecer Dorado Mendez Universidade Estadual do Oeste do Paraná
  • Rosangela de Jesus Silva Universidade Federal da Integração Latino-Americana
  • Gilmei Francisco Fleck Universidade Estadual do Oeste do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n3p224-249

Palavras-chave:

Ressignificações do passado, Mi Simón Bolivar, Novo romance histórico latino-americano, Metaficção historiográfica, Simón Bolívar

Resumo

Neste artigo, buscamos evidenciar como o romance Mi Simón Bolivar ([1930] 2002), do colombiano Fernando González Ochoa, redimensiona a configuração discursiva da personagem histórica Simón Bolívar – consagrada, heroificada e sacralizada tanto na historiografia nacionalista positivista como na literatura romântica do século XIX – a uma ressignificação crítica dessas imagens idealizadas. A hipótese aqui defendida é de que a obra de González Ochoa é a precursora da que viria a ser considerada a segunda fase da trajetória do romance histórico, constituída pelas modalidades do novo romance histórico latino-americano e da metaficção historiográfica. Ancorados nos pressupostos de Aínsa (1991), Menton (1993) e Fleck (2017), destacamos como o romance de González Ochoa antecipa as características da modalidade crítica do novo romance histórico latino-americano, pelo emprego da paródia, da carnavalização, das intertextualidades e dos recursos metanarrativos. Desse modo, podemos afirmar que foi essa a obra que abriu, na América Latina, uma das vias mais profícuas de ressignificação do passado, uma via à descolonização do ser e do saber, assim como à prática efetiva das ações decoloniais.

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Biografia do Autor

Hugo Eliecer Dorado Mendez, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA/Foz do Iguaçu-PR). Doutorando em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/Cascavel-PR). Membro do Grupo de Pesquisa “Ressignificações do passado na América: processo de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção– vias para a descolonização”. E-mail: felipebemol@hotmail.com Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8613-8136

Rosangela de Jesus Silva, Universidade Federal da Integração Latino-Americana

Professora Adjunta do Instituto Latino-Americano de Arte, Cultura e História (ILAACH) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana- UNILA, Foz do Iguaçu-PR, Brasil. Docente no Programa de Pós Graduação em Literatura Comparada (PPGLC) e na Pós-Graduação em História (PPGHIS) da UNILA. Pós-doutora em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e pela Universidade de Évora - Portugal. Email: rosangela.silva@unila.edu.br ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9315-7696

Gilmei Francisco Fleck, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Professor Associado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Unioeste-Cascavel/PR- Brasil, atuante nas disciplinas de Literaturas e Cultura hispânicas na graduação em Letras; Literatura Comparada e Tradução, no Programa de Pós-graduação em Letras- PPGL –; Coordenador do Profletras – biênios 2017-2019 e 2019 -2021 – e docente da disciplina de Literatura Infantil e Juvenil neste Programa de Pós-graduação Profissional. Pós-doutor em Literatura Comparada e tradução pela UVigo-Vigo/Espanha. Líder do Grupo de pesquisa “Ressignificações do passado na América: processos de leitura, escrita e tradução de gêneros híbridos de história e ficção – vias para a descolonização”. Coordenador geral do PELCA: Programa de Ensino de Literatura e Cultura/PROEX- Unioeste/Cascavel-PR E-mail: chicofleck@yhoo.com.br Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4228-2566

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Publicado

2022-01-11

Como Citar

Dorado Mendez, H. E., de Jesus Silva, R. ., & Fleck, G. F. . (2022). MI SIMÓN BOLÍVAR (1930): UM NOVO PARADIGMA LITERÁRIO. EntreLetras, 12(3), 224–249. https://doi.org/10.20873/uft2179-3948.2021v12n3p224-249

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