DECOLONIALIDADE, MODERNIDADE E CULTURA DOS COMUNS
reflexões sobre a questão ambiental no currículo do novo ensino médio no estado do Tocantins
DOI:
https://doi.org/10.20873/rtg.v13i30.17758Palavras-chave:
Currículo, Decolonialidade, Modernidade, Questão ambiental, Cultura dos comunsResumo
Neste artigo discutimos as dinâmicas sociais contemporâneas no debate sobre Estado, sociedade e natureza, reconhecendo as abordagens da temática ambiental e sua materialidade sob a égide do capital globalizado imbricadas na reformulação do currículo do Novo Ensino Médio. Com o objetivo de compreender a questão ambiental, como instrumento de ação sociopolítica e territorial, identificando os elementos da colonialidade global, procedemos com análises nos documentos curriculares de nível nacional e estadual, levantamento de ações nos Projetos Pedagógicos de 2020 a 2023, nos relatórios do Colégio Estadual Adolfo Bezerra de Menezes, em Araguaína, norte do Tocantins. Identificamos que o modelo proposto invisibiliza as vivências, práticas epistemológicas e cosmovisões, que estão assentes numa Cultura do Comum, tão necessárias para compreensão da realidade amazônica e do território do Tocantins, as narrativas desenvolvimentistas, que estrategicamente diluem as práticas curriculares a partir de ações superficiais de cunho pragmático pontual. Em contrapartida, entendemos pela perspectiva decolonial, a possibilidade de trilhar outras vias epistemológicas e conectar os saberes de forma interdisciplinar.
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