Pronera no Sertão Mineiro Goiano: Reflexões sobre emancipação social e Educação do Campo
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p204Palavras-chave:
Políticas Públicas de Reforma Agrária, Políticas Públicas de Educação do Campo – projeto pedagógico emancipatório – formação de educadores- sujeitos de educação do campo, Educação do Campo, Emancipação, Formação de Educadores, Educação de Jovens e AdultosResumo
Assentados da Reforma Agrária de baixa escolarização buscam inclusão social na escola. Como desenvolver projeto pedagógico para atender sujeitos do campo com suas demandas específicas numa perspectiva emancipatória? Os objetivos foram refletir sobre: a Educação do Campo como resultado das lutas dos movimentos sociais pelo direito dos sujeitos do campo de pensar a educação e a produção a partir do lugar onde vivem, tendo como horizonte a emancipação humana; e, a complexidade da formação de educadores na educação de adultos. Adotou-se a metodologia da reinvenção democrática para a formação de sujeitos ativos, com diferentes saberes, capazes de resolver problemas e participar da gestão. Os resultados apontam o rompimento com resistências da educação tradicional via atividades participativas cuidadosamente elaboradas pelos educadores; sistematização interdisciplinar de conceitos integradores como identidade e territorialidade; conquista da autonomia no cotidiano pelos alfabetizados. Os aportes teóricos da Educação do Campo trouxeram novas abordagens teórico-metodológicas para o atendimento às demandas educacionais dos sujeitos excluídos. Conclui-se que a perspectiva emancipatória contribuiu para a construção colegiada dos processos possibilitando aos educandos romper com a dependência de intermediários. Embora a resolução de problemas imediatos não garanta um salto social e político emancipatório, fortalece o diálogo para empoderamento em novos espaços.
Palavras-chave: Políticas Públicas de Reforma Agrária, Educação do Campo, Emancipação, Formação de Educadores, Educação de Jovens e Adultos.
Pronera in the Brazilian Backwoods - Minas/Goiás: Reflexions about social emancipation and Rural Education
ABSTRACT. Settlers of Agrarian Reform with lower education search for social inclusion through school. How develop pedagogic project to attend them according to their specific demands, in an emancipator way? The study objectives were reflections on: Rural Education as a result of the struggle of social movements for the settlers’ rights of perceiving education and production through the land where they live, having their own emancipation in mind and the complexity in training educators for Adults Education. A methodology of democratic reinvention was adopted to form active people, with diverse knowledge, able to solve problems and participate in managing. The results point to rupture traditional education methods by participatory activities carefully elaborated by teachers; Adopting interdisciplinary systems integrating concepts such as identity and territoriality into school subjects; The conquest of autonomy on day-to-day life to the literate. The theoretical contributions from Rural Education have brought new approaches to theories and methodologies in meeting the educational demands. In conclusion, the emancipatory perspective contributed for the schooled construction of the processes that allowed settlers to break up with dependency of intermediaries. Although the resolution of immediate problems does not guarantee social and political leap, it strengthens dialog and empowerment in new relational spaces.
Keywords: Public Policies of Rural Reform, Rural Education, Emancipation, Adults Education, Training Educators.
Pronera en la región del Sertão Minero-Goiano: Reflexiones con respecto a la emancipación social y la Educación del Campo.
RESUMEN. Personas de asentamientos de Reforma Agraria con baja escolarización buscan inclusión social a través de la escuela. ¿Cómo desarrollar proyectos pedagógicos para personas del campo con sus demandas desde una perspectiva emancipadora? Los objetivos propuestos reflexionan: Educación del campo como resultado de luchas de movimientos sociales por el derecho de pensar la educación y la producción desde del lugar en donde viven, teniendo como horizonte la emancipación humana; y, la complejidad de la formación de educadores en la educación de adultos. Fue adoptada metodología de reinvención democrática para la formación de individuos activos, en la gestión y capaces de resolver problemas. Los resultados apuntan ruptura con las resistencias de la educación tradicional a través de actividades participativas; sistematización interdisciplinar de conceptos integradores identidad y territorialidad; conquista de autonomía de lo cotidiano por los alfabetizados. Las contribuciones teóricas trajeron perspectivas teórico-metodológicas para la atención de las demandas educativas de los excluidos. Conclusión: la perspectiva emancipadora contribuyó a la construcción colegiada de los procesos, permitiendo a los educandos romper con la dependencia de intermediarios. Aun cuando la solución de problemas inmediatos no garantiza un salto social y político de carácter emancipador, si fortalece el diálogo para el empoderamiento de nuevos espacios relacionales.
Palabras clave: Políticas Públicas de Reforma Agraria, Educación del Campo, Educación de Adultos, Formación de Educadores, Emancipación.
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