Por uma Ciência popular da vida: ancestralidade e Agroecologia na formulação das Ciências da Natureza da Educação do Campo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n3p862

Resumo

A intenção deste artigo é propor, a partir de aspectos históricos e conceituais, uma Ciência da Natureza da Educação do Campo. Para essa tarefa, analisamos alguns marcos históricos com o propósito de aproximar o ensino de Ciências das questões ambientais e apresentamos um caráter popular destas questões no mundo ocidental, para evidenciar o papel da memória biocultural na sustentabilidade do planeta. Em seguida, é feita uma retomada das Ciências da Natureza em sua constituição curricular ao longo do século XIX, correlacionando-as com os projetos de sociedade em disputa. Ao reconhecer o modo agroindustrial de apropriação de ecossistemas como produtor de falhas metabólicas irreparáveis na relação entre sociedade e ambiente, finalmente estabelecemos um ensino de Ciências para a Educação do Campo, que faz da Agroecologia e dos modos de apropriação dos agroecossistemas elementos centrais de análise e orientação pedagógica.

Palavras-chave: Educação do Campo, Ciências da Natureza, Agroecologia, Memória Biocultural, História do Ensino de Ciências.

 

Stating a Popular Life Science: ancestry and Agroecology in the Formulation of Rural Education Science Teaching (Countryside)

ABSTRACT. The purpose of this article is to propose, from historical and conceptual aspects, a science teaching for Rural Education. For this task, we analyzed some historical facts with the purpose to present a popular view of the environmental problems in the western world, highlighting the role of biocultural memory in the sustainability of the planet. Subsequently, a resumption of the Life Sciences in its formulation process was made throughout the nineteenth century, correlating them with the projects of society in dispute. Recognizing the agro-industrial way of appropriating ecosystems as a producer of irreparable metabolic failures in the relationship between society and the environment, we finally established a science education that makes Agroecology and the modes of appropriation of agroecosystems central elements of analysis and pedagogical guidance.

Keywords: Rural Education, Life Sciences, Agroecology, Biocultural Memory, History of Science Teaching.

 

Por una Ciencia Popular de la vida: ancestralidad y Agroecología en la Formulación de las Ciencias de la Naturaleza de la Educación del Campo

RESUMEN. La intención de este artículo es proponer, a partir de aspectos históricos y conceptuales, una Ciencias de la Naturaleza de la Educación del Campo. Para esa tarea, analizamos algunos hitos históricos con el propósito de presentar un carácter popular de la cuestión ambiental en el mundo occidental, evidenciando el papel de la memoria biocultural en la sustentabilidad del planeta. A continuación, se hace una reanudación de las Ciencias de la Naturaleza en su proceso de formulación a lo largo del siglo XIX, correlacionando con los proyectos de sociedad en disputa. Al reconocer el modo agroindustrial de apropiación de ecosistemas como productor de fallas metabólicas irreparables en la relación entre sociedad y ambiente, finalmente establecemos una enseñanza de ciencias que hace de la Agroecología y de los modos de apropiación de los agroecosistemas elementos centrales de análisis y orientación pedagógica.

Palabras clave: Educación del Campo, Ciencias de la Naturaleza, Agroecología, Memoria Biocultural, Historia de la Enseñanza Ciencias.

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Biografia do Autor

Marcelo de Albuquerque Vaz Pupo, Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA

Licenciado em Biologia, interesso-me pelo movimento cidade-campo e pelas áreas de Reforma Agrária. Pesquiso a Agroecologia como matriz curricular para as Ciências da Natureza na Educação do campo, buscando investigar a criação de práticas pedagógicas relacionadas à cultura, ao ambiente e à sociedade instigado pelas expressões concretas e simbólicas do campesinato brasileiro. Atuo em projetos de Educação do Campo e Agroecologia que envolvem Movimentos Sociais e Universidade, buscando compreender a importância da Agricultura Camponesa no cenário atual de produção agrícola e de conhecimento. A partir da Educação Popular, Pesquisa Ação e Metodologias Participativas, atuo no coletivo gestor da Plataforma Sementeia (sementeia.org) compreendendo a produção de mídias como um processo autóctone de criação simbólica, problematizando a relação entre política e estética numa perspectiva camponesa. Atualmente estou vinculado ao curso de Educação do Campo - Licenciatura, da Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA e Colaboro com o Laboratório Terra Mãe (Nepam/Feagri/IA Unicamp) em seus espaços pedagógicos. Tenho mestrado em Divulgação Científica e Cultural (Labjor/IEL Unicamp) e especialização na Residência Agrária em Educação do Campo e Agroecologia na Agricultura Familiar e Camponesa (Pronera/Feagri Unicamp); sou estudante de doutorado no Programa Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática, da Universidade Estadual de Campinas.

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Publicado

2018-11-15

Como Citar

Pupo, M. de A. V. (2018). Por uma Ciência popular da vida: ancestralidade e Agroecologia na formulação das Ciências da Natureza da Educação do Campo. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 3(3), 862–890. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n3p862

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Seção

Artigos / Articles / Artículos