O educar-se no campo: caneta, enxada e botânica camponesa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n3p763

Resumo

Neste trabalho, apresentamos e discutimos as experiências da execução do projeto “Troca de Saberes sobre Botânica Camponesa”, realizado ao longo do ano de 2014 no Assentamento Filhos de Sepé (Viamão, RS) com o Grupo Mulheres da Terra e a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. Guardiãs de saberes e práticas ancestrais, o Grupo se faz atuante em todas as esferas de produção do assentamento. Ao longo de 12 encontros, diversos temas relacionados às práticas agroecológicas junto à vida camponesa foram tratados utilizando-se diferentes abordagens: teóricas, práticas e reflexivas. Partindo-se de pressupostos educativos que valorizam os saberes populares, assim como a horizontalidade dos processos de ensino/aprendizagem, os encontros contribuíram com o reconhecimento e o fortalecimento da identidade de resistência no Grupo.

Palavras-chave: Agricultura Camponesa, Educação do Campo, Educação Ambiental, Educação Popular, Desenvolvimento Rural.

 

Learning in the countryside: pen, hoe and the peasant botany

ABSTRACT. In this paper, we present and discuss experiences of the execution of the project “Exchange of Knowledge on Peasant Botany”, carried out during 2014 at the Assentamento Filhos de Sepé (Viamão, RS) with the group “Mulheres da Terra” and the Technological Incubator of Popular Cooperatives. An important characteristic of the Group is the role of women. Maintainers of knowledge and ancestral practices. They become active in all spheres of agriculture production of the settlement. Throughout 12 meetings, several themes related with agroecological practices with peasant life were addressed using different approaches: theoretical, practical and reflexive. Based on educational assumptions that value popular knowledge, as well as the horizontality of teaching/learning processes, the meetings contributed to the recognition and strengthening of the group’s identity of resistance against the current globalized agriculture. Likewise, the progress was made in the construction of autonomy in the face of techniques and knowledge applied to agroecological production.

Keywords: Environmental Education, Peasant Agriculture, Popular Education, Rural Development, Rural Education.

 

El educarse en el campo: lápiz, azada y botánica campesina

RESUMEN. En este trabajo, presentamos y discutimos las experiencias de la ejecución del proyecto “Intercambio de Saberes sobre Botánica Campesina”, realizado a lo largo del año 2014 en el Asentamiento Hijos de Sepé (Viamão, RS) con el Grupo Mujeres de la Tierra y la Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares. Guardianes de saberes y prácticas ancestrales, el Grupo se hace actuante en todas las esferas de producción del asentamiento. A lo largo de 12 encuentros, diversos temas relacionados a las prácticas agroecológicas junto a la vida campesina fueron tratados utilizando diferentes abordajes: teóricas, prácticas y reflexivas. A partir de presupuestos educativos que valoran los saberes populares, así como la horizontalidad de los procesos de enseñanza/aprendizaje, los encuentros contribuyeron con el reconocimiento y el fortalecimiento de la identidad de resistencia en el Grupo.

Palabras-clave: Agricultura Campesina, Educación del Campo, Educación Ambiental, Educación Popular, Desarrollo Rural.

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Biografia do Autor

Matias Köhler, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Biólogo e Mestre em Botânica (UFRGS). Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Botânica (UFRGS). Foi bolsista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) e do Núcleo de Economia Alternativa (NEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) durante a graduação.

Estela Santos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Arte-educadora, Licenciada em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). Foi bolsista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) e do Núcleo de Economia Alternativa (NEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) durante a graduação.

Cristiane Giaretta, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Professora de Sociologia na Rede Estadual do Rio Grande do Sul. Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi bolsista da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) e do Núcleo de Economia Alternativa (NEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) durante a graduação.

Gilmar Gomes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Geógrafo, e Mestre em Geografia (UFRGS). Técnico da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com experiência em formação continuada para professores de EJA.

Sebastião Pinheiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS

Técnico em Agricultura (E.T.A. Jaboticabal, SP). Engenheiro Agrônomo (UNLP), Pós Grado Engenheiro Florestal (ESP), Pós-Graduação em Toxicologia e Analítica de Resíduos de Agrotóxicos na Agricultura, Alimentos e Natureza (Bundesanstalt für Getreide-, Kartoffel- und Fettforschung (BAGKF). Colaborador da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) e do Núcleo de Economia Alternativa da UFRGS.

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Publicado

2018-09-12

Como Citar

Köhler, M., Santos, E., Giaretta, C., Gomes, G., & Pinheiro, S. (2018). O educar-se no campo: caneta, enxada e botânica camponesa. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 3(3), 763–783. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n3p763

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Artigos / Articles / Artículos