A formação inicial de professores e a educação do campo: uma proposta de jogo para o ensino da parasitologia
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e9362Palavras-chave:
Rural education, Playfulness, Psychomotricity, Parasitology, Chagas diseaseResumo
A Educação do Campo carece de metodologias consoantes com seus paradigmas teórico-epistemológicos. Poucos estudos são desenvolvidos de maneira dialógica com o campo para resultar em produtos educacionais para o próprio campo. Neste artigo, apresentamos uma proposta de jogo para que a parasitologia seja trabalhada de maneira mais atrativa e eficiente. O jogo Barbeiragem tem como foco a doença de Chagas. Essa tripanossomíase foi escolhida por ser classificada como doença tropical negligenciada e endêmica em Minas Gerais. Além dos aspectos conceituais e profiláticos, o jogo destaca: a função social dos cientistas e agentes de saúde, a importância da divulgação científica e do investimento em Ciência e na atenção básica. A atividade foi realizada por 22 alunos do curso de Licenciatura em Educação do Campo, com ênfase em Ciências da Vida e da Natureza, da Universidade Federal de Minas Gerais. A avaliação mostrou uma boa aceitação do jogo, uma vez que foram verificadas diversas opiniões positivas. Esperamos que essa atividade lúdica e realizada fora da sala possa contribuir na formação de professores e instrumentalizá-los para desenvolvê-la em suas comunidades.
Palavras-chave: educação do campo, ludicidade, educação em saúde, parasitologia, doença de chagas.
Initial teacher education and rural education: a game for teaching parasitology
ABSTRACT. Rural Education lacks methodologies consistent with its theoretical-epistemological paradigms and only a few studies were developed in a dialogical approach with its needs that would result in educational products for the field itself. In this article we present a game to teach parasitology in a more attractive and efficient way. The game Barbeiragem focuses on Chagas disease. This trypanosomiasis was chosen because it is a neglected and endemic tropical disease in Minas Gerais. In addition to the conceptual and prophylactic aspects, the game highlights the social function of scientists and health care agents, the importance of scientific dissemination, and investment in Science as well as in the primary care service. The activity was carried out by 22 students of the Degree in Rural Education, with an emphasis in Life and Nature Sciences, from Federal University of Minas Gerais. There was a good acceptance of the game as observed by several positive opinions of the students. We hope that this playful activity and carried out outside the classroom can contribute to the training of Teachers and instrumentalize them to develop it in their communities.
Keywords: rural education, playfulness, health education, parasitology, chagas disease.
La formación inicial docente y educación rural: una propuesta de juego para la enseñanza de la parasitología
RESUMEN. La educación rural carece de metodologías consistentes con sus paradigmas teórico-epistemológicos. Pocas investigaciones se desarrollan de manera dialógica con sus necesidades, lo que resulta en productos educativos para el campo en sí. En este artículo presentamos una propuesta de juego para que la parasitología se trabaje de una manera más atractiva y eficiente. El juego Barbeiragem se centra en la enfermedad de Chagas. Esta tripanosomiasis fue elegida porque está clasificada como una enfermedad tropical endémica y descuidada en Minas Gerais. Además de los aspectos conceptuales y profilácticos, el juego destaca: la función social de los científicos y agentes de salud; La importancia de la difusión científica y la inversión en Ciencia y en la red de atención primaria. La actividad fue realizada por 22 estudiantes del Grado en Educación Rural, con énfasis en Ciencias de la Vida y la Naturaleza, de la Universidad Federal de Minas Gerais. Notamos una buena aceptación del juego, ya que se verificaron varias opiniones positivas. Esperamos que esta actividad lúdica y realizada fuera del aula pueda contribuir a la formación de los docentes e instrumentalizarlos para desarrollarla en sus comunidades.
Palabras clave: educación rural, lúdico, educación para la salud, parasitología, enfermedad de chagas.
Downloads
Referências
Aguiar, J. P. P., Teixeira, L. R., Ferreira, M. S., Lima, M. C., & Michels, M. L. (2015). Campeonato químico - um jogo lúdico aplicado às propriedades da matéria. Cadernos Acadêmicos, 7(1), 34-44.
Angrosino, M. (2009). Etnografia e observação participante. Tradução de José Fonseca. Porto Alegre, RS: Artmed.
Araújo, S. M., Ando, M. H., Cassarotti, D. J., Mota, D. C. G. D., Borges, S. M. R., & Gomes, M. L. (2000). Programa ACHEI: Atenção ao Chagásico com Educação Integral no Município de Maringá e Região Noroeste do Paraná, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 33, 565-572. https://doi.org/10.1590/S0037-86822000000600008
Brasil. (2019). Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde, 50(36).
Caldart, R. S., (2009). Educação do campo: notas para uma análise de percurso. Trabalho, Educação e Saúde, 7(1), 35-64. https://doi.org/10.1590/S1981-77462009000100003
Chaer, G., Diniz, R. R. P., & Ribeiro, E. A. (2011). A técnica do questionário na pesquisa educacional. Evidência, 7(7), 251-266.
Cunha, N. H. S. (1988). Brinquedo, desafio e descoberta. Rio de Janeiro, RJ: FAE.
Dias, C. A. C., & Kovaliczn, R. A. (2014). Parasitoses humanas e o uso de recursos midiáticos na aprendizagem. In Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Paraná, PR.
Dias, J. C. (2007). Globalização, iniqüidade e doença de Chagas. Cadernos de Saúde Pública, 23(1), 13-22. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2007001300003
Domite, M. C. S. (2004). Da compreensão sobre formação de professores e professoras de Matemática numa perspectiva Etnomatemática. In Knijnik, G.; Wanderer, F., & Oliveira, C. J. (Orgs.). Etnomatemática, currículo e formação de professores (pp. 419-431). Santa Cruz do Sul, RS: EDUNISC.
Ferreira, A. A. S. N., & Santos, C. B. A. (2019). Ludicidade no Ensino da Biologia. Id OnLine Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 13(45), 847-861. https://doi.org/10.14295/idonline.v13i45.1749
Ferreira de Jesus, E. L., & Souza, R. B. (2018). Formação de professores quilombolas e o Programa Etnomatemática: repensando processos de ensino da Matemática. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 3(3), 1064-1083. https://doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2018v3n3p1064
Freire, P. (1975). Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.
Freire, P. (1991). A educação é um ato político. Cadernos de Ciências, 24, 21-22.
Gehrke, M., Sapelli, M. L. S., & Faustino, R. C. (2019). A formação de pedagogos indígenas em alternância no Paraná: uma contribuição à interculturalidade e ao bilinguismo. Revista Brasileira De Educação Do Campo, 4, e7350. https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e7350
Lara, I. C. M. (2003). Jogando com a matemática de 5ª a 8ª série. São Paulo, SP: Editora Rêspel.
Likert, R. (1932). A Technique for the Measurement of Attitudes. Archives of Psychology, 140, 1- 55.
Macedo, L., Petty, A. L. S., & Passos, N. C. (2000). Aprender com Jogos e Situações-Problema. Porto Alegre, RS: Artmed.
Melo, J. F. M., & Cardoso, L. R. (2011). Pensar o ensino de ciências e o campo a partir da agroecologia: uma experiência com alunos do sertão sergipano. Revista Brasileira de Agroecologia, 6(1), 37-48.
Minayo, M. C. S., & Sanches, O. (1993). Quantitativo-qualitativo: Oposição ou complementaridade? Cadernos de Saúde Pública, 9(3), 239-262. https://doi.org/10.1590/S0102-311X1993000300002
Mortimer, E. F., & Scott, P. (2002). Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de Ciências, 7(3), 283-306.
Nascimento, A. M. D., De Lucca Junior, W., Santos, R. L. C., & Dolabella, S. S. (2013). Parasitologia Lúdica: O jogo como agente facilitador na aprendizagem das parasitoses. Scientia Plena, 9(7), 1-6.
Neves, D. P. (2016). Parasitologia Humana. 13 ed. São Paulo, SP: Atheneu.
Nicola, J. A., & Paniz, C. M. (2016). A importância da utilização de diferentes recursos didáticos no ensino de biologia. Inovação e Formação, Revista NEaD-Unesp, 2(1), 355-381.
Oliveira, F. S., Lacerda, C. D., Oliveira, P. S., Coelho, A. A., & Bianconi, M. L. (2015). Um jogo de construção para o aprendizado colaborativo de Glicólise e Gliconeogênese. Revista de Ensino de Bioquímica, 13(1) 45-57. https://doi.org/10.16923/reb.v13i1.535
Oliveira, J. S., Camargo, T. S., & Santos, R. B. (2016). Escola do campo: uma visão dos jovens sobre as aulas de Biologia de uma comunidade rural no município de Cunha/SP. Revista Brasileira de Educação do Campo, 1(2), 344-363. http://dx.doi.org/10.20873/uft.2525-4863.2016v1n2p344
Pedra, R. A., Oliveira, R. A., Beyrodt, C. G. P., & França, H. H. (2011). Desafio em saúde pública: tratamento etiológico da doença de Chagas na fase crônica. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 13(2), 5-9.
Ricardo, P. Secretaria de Estado de Saúde. Recuperado em 27/10/2020, https://www.saude.mg.gov.br/cib/story/11501-norte-de-minas-intensifica-capacitacoes-para-prevencao-e-controle-da-doenca-de-chagas
Sanches, T. (2018). Um guia global para a doença de Chagas. Boletim, 2037. Recuperado em 27/10/2020, https://ufmg.br/comunicacao/publicacoes/boletim/edicao/2037/um-guia-global-para-a-doenca-de-chagas#:~:text=Mas%20ela%20reconhece%20que%20o,hiperend%C3%AAmico%20para%20doen%C3%A7a%20de%20Chagas
Santos, W. H. L., Del Pino, J. C.; Sá-Silva, J. R. & Pinheiro, R. S. (2016). A ideia do lúdico como opção metodológica no ensino de ciências e biologia: o que dizem os TCC dos egressos do curso de ciências biológicas licenciatura da UFRGS?. Pesquisa em Foco, 21(2), 176-194.
Schönardie, P. A. (2018). A educação popular em tessitura com as políticas públicas: ponderando estranhamentos e possibilidades. Revista de Educação Popular, 17(1), 28-44. https://doi.org/10.14393/REP-v17n12018-art02
Silva, J. S., & Fontes, L. S. (2017). “Combatendo os nematelmintos parasitas”: jogo didático para facilitar a aprendizagem. Ensino, Saúde e Ambiente, 10(3), 127-143. https://doi.org/10.22409/resa2017.v10i3.a21273
Silva, J. W., Rodrigues, D. S., Dantas, D., Nunes, V. B., & Nobre, I. A. M. (2014). Educa Trânsito – Um jogo de apoio à educação no trânsito. Revista Novas Tecnologias na Educação, 12(2), 1-10. https://doi.org/10.22456/1679-1916.53499
Sousa, T. N., & Chupil, H. (2019). A contribuição dos jogos lúdicos na aprendizagem de ensino da parasitologia em ciências e biologia. Revista UNINGÁ, 56(1), 47-57.
Tapia, J. A., & Fita. E. C. (2006). A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 7 ed. São Paulo, SP: Loyola.
Vygotsky, L. S. A. (1989). Formação Social da Mente. São Paulo, SP: Martins Fontes.
Zuanon, A. C. A., Diniz, R. H. S., & Nascimento, L. H. (2010). Construção de jogos didáticos para o ensino de Biologia: um recurso para integração dos alunos à prática docente. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia, 3(3), 49-59. https://doi.org/10.3895/S1982-873X2010000300004
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposal for Copyright Notice Creative Commons
1. Policy Proposal to Open Access Journals
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
A. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows sharing the work with recognition of its initial publication in this journal.
B. Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in institutional repository or as a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
C. Authors are permitted and encouraged to post their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the editorial process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See the Effect of Open Access).