Bases epistemológicas da educação para assentados e acampados da Reforma Agrária
DOI:
https://doi.org/10.20873/uft.rbec.e13189Palavras-chave:
Pedagogy of the movement, Pedagogical practices, Educational practicesResumo
Neste artigo, são apresentados os pontos fundamentais para o acompanhamento da discussão sobre as bases epistemológicas da educação para assentados e acampados de áreas de reforma agrária; esta é uma produção que deriva da realização de um curso que as autoras ministraram justamente para acampados e assentados da reforma agrária, em setembro de 2021, o FORMACAMPO. O objetivo deste trabalho, por isso mesmo, foi problematizar o que é educação, conforme o modelo dominante da educação “bancária”, e, ademais, investigar como se estabelecem as diferenças entre o modelo educacional supramencionado e o da educação dos movimentos sociais. Conceitualiza-se, além disso, a pedagogia do movimento, e, indo além, apresentamos as singularidades da educação/escolarização nos espaços de assentamento e acampamento. A metodologia utilizada foi o da pesquisa documental, e os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram textos que discutiam o assunto. Optou-se, não obstante, pelo procedimento da análise de conteúdo, sendo que, em tal análise, os resultados revelaram que, desde a sua gênese, o movimento camponês trabalha com a preocupação de afirmar a importância da educação socialista, mas encontra dificuldades para isso. As conclusões sinalizam para a necessidade de restauração dos princípios que sustentam tal modelo educacional.
Palavras-chave: bases epistemológicas da educação do campo, assentamentos e acampamentos da reforma agrária.
Epistemological bases of education for settletes and campsites and campsites of Agricultural Reform
ABSTRACT. In this article, the fundamental points for following up the discussion on the epistemological bases of education for settlers and campers in agrarian reform areas are presented, which is a production that derives from the realization of a course that the authors taught, precisely for campers and settlers of agrarian reform, in September 2021, FORMCAMPO. The objective of this work, therefore, was to problematize what education is, according to the dominant model of “banking” education, and, furthermore, to investigate how the differences between the aforementioned educational model and that of the education of social movements are established. Furthermore, the pedagogy of the movement is conceptualized, and, going further, we present the singularities of education/schooling in the settlement and encampment spaces. The methodology used was documental research and the instruments used for data collection were texts which discussed the subject. We opted, however, for the procedure of content analysis, and in such analysis, the results revealed that, since its genesis, the peasant movement works with the concern of affirming the importance of socialist education, but it finds difficulties to do so. The conclusions signals the need to restore the principles that support such an educational model.
Keywords: epistemological bases of rural education, settlements and follow-ups of agrarian reform.
Fundamentos epistemológicos de la educación para los poblados y entornos de Reforma Agraria
RESUMEN. En este artículo se presentan los puntos fundamentales para dar seguimiento a la discusión sobre las bases epistemológicas de la educación para colonos y camperos en áreas de reforma agraria, producción que se deriva de la realización de un curso que los autores impartieron, precisamente para campistas y camperos colonos de la reforma agraria, en septiembre de 2021, FORMCAMPO. El objetivo de este trabajo, por tanto, fue problematizar qué es la educación, según el modelo dominante de educación “bancaria”, y, además, indagar cómo se establecen las diferencias entre dicho modelo educativo y el de la educación de los movimientos sociales. . Además, se conceptualiza la pedagogía del movimiento y, yendo más allá, se presentan las singularidades de la educación/escolarización en los espacios de asentamiento y campamento, La metodología utilizada fue la investigación documental y los instrumentos utilizados para la recolección de datos fueron textos, que discutieron el tema. Optamos, sin embargo, por el procedimiento de análisis de contenido, y en tal análisis los resultados revelaron que, desde su génesis, el movimiento campesino trabaja con la preocupación de afirmar la importancia de la educación socialista, pero encuentra dificultades para hacerlo. Las conclusiones señalan la necesidad de restaurar los principios que sustentan tal modelo educativo.
Palabras clave: bases epistemológicas de la educación rural, asentamientos y seguimientos de la reforma agraria.
Downloads
Referências
Brasil. (2002). CNE/CEB Resolução nº 1, de 3 de abril de 2002. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Brasília, DF. Recuperado de http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13800-rceb001-02-pdf&category_slug=agosto-2013-pdf&Itemid=30192
Caldart, R. S. (2008). Sobre Educação do Campo. In Santos, C. A. (Org.). Campo. Políticas públicas: educação (pp. 67-86). [Coleção Por uma Educação do Campo, n. 7]. Brasília: Incra-MDA.
Caldart, R. S. (2009). Pedagogia do Movimento sem Terra. São Paulo: Editora Expressão Popular.
Caldart, R. S. (2012). Pedagogia do movimento. In Dicionário da Educação do Campo (pp. 546-553). Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e Expressão Popular. Rio de Janeiro: EPSJV; São Paulo: Editora Expressão Popular.
Caldart, R. S., Daros, D., Almeida, C. F. L., Osfs, P. R. C., Sottilli, T. A., Percher, E. G., Stedile, M. E., Kolling, E. J., Monteiro Júnior, Z. B. C., & Moraes, I. A. (2013). Estrutura de gestão em que todos decidem. Escola do Movimento no Instituto de Educação Josué de Castro, 176-181.
Cordeiro, G. N. K., Reis, N. S., & Hage, S. M. (2011). Pedagogia da alternância e seus desafios para assegurar a formação humana dos sujeitos e a sustentabilidade do campo. Em Aberto, 24, 115-125.
Dal Ri, N. M., & Vieitez, C. G. (2004). A educação do movimento dos sem-terra. Revista Brasileira de Educação, (26), 44–57. https://doi.org/10.1590/s1413-24782004000200004
De Paula, A. P., & Saveli, E. L. (2000). A construção de uma escola necessária para a educação do campo e o projeto educativo do MST. Revista Diálogos. Pesquisa em Extensão Universitária, 17(1), 17-25. Recuperado de http://www.proceedings.scielo.br/pdf/cips/n4v1/01.pdf.
Duarte, N. (2011). “Vigotski e o “aprender a aprender”. Crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. Campinas, SP: Editora Autores Associados.
Franco, M. A. R. S. (2016). Prática pedagógica e docência: um olhar a partir da epistemologia do conceito. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 97(247), 534-551. https://doi.org/10.1590/s2176-6681/288236353
Freire, P. (2003). Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa (2a ed.). São Paulo: Editora Paz e Terra.
Freire, P. (2011). Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra.
Freire, P. (2021). Educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora Paz e Terra.
Freire, P., & Macedo, D. (1994). Alfabetização: Leitura do Mundo, Leitura da Palavra. São Paulo: Editora Paz e Terra.
Gohn, M. G. M. (27 de junho de 2016). Movimentos sociais e lutas pela educação no Brasil: experiências e desafios na atualidade [Conferência de Encerramento]. Reunião Científica Regional da ANPED. Educação, Movimentos Sociais e Políticas Governamentais. Curitiba, Paraná, Brasil.
Krupskaia, N. K. (2017). A construção da pedagogia socialista: escritos selecionados. São Paulo: Expressão Popular.
Leite, S. C. (2000). Escola Rural: Urbanização e Políticas Educacionais. São Paulo: Editora Cortêz.
Lukács, G. (2010). Manuscritos econômicos e filosóficos. São Paulo: Editora Boitempo.
Lukács, G. (2013). Para uma ontologia do ser social 2. São Paulo: Editora Boitempo.
Lukács, G. (2018). Para uma ontologia do ser social 1. São Paulo: Editora Boitempo.
Makarenko, A. (1977). La coletividade y la educación de la personalidad. São Paulo: Editorial Progreso.
Manacorda, M. A. (2006). História da Educação. Da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Editora Cortez.
Marx, K. (2010). Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Editora Martin Claret.
Marx, K., & Engels, F. (2007). A ideologia alemã. São Paulo: Editora Civilização Brasileira.
Mendes, D. T. (Org.). (1983). Filosofia da educação no Brasil. São Paulo: Editora Civilização Brasileira.
Mészáros, I. (2008). A educação para além do capital. (2a ed.). São Paulo: Editora Boitempo.
Morigi, V. (2003). A escola do MST: Uma utopia em construção. Porto Alegre: Editoria Mediação.
Movimento Sem Terra (MST). (2001). Escola itinerante em acampamentos do MST. Estudos Avançados, 15(42), 1-6. https://doi.org/10.1590/S0103-40142001000200011
Sapelli, M. L. S., Leite, V. J., & Bahntuk, C. (2019). Ensaios da escola do trabalho na luta pela terra: 15 anos da escola itinerante no Paraná. São Paulo: Editora Expressão Popular.
Saviani, D. (2017). Panorama histórico do processo de construção da pedagogia socialista no Brasil. In Caldart, R. S., & Villas Bôas, R. L. (Orgs.). Pedagogia socialista. Legado da revolução de 1917 e desafios atuais (pp. 103-125). São Paulo: Editora Expressão Popular.
Silva, T. R. A., & Araújo, P. C. A. (2016). A educação do campo como direito humano. In Anais do III Congresso Nacional de Educação, Natal, RN.
Torreão Sá, T. R. B., Torreão Sá, M., & De Cristo, R. S. R. (2021) Trabalho ontológico e educação omnilateral, sustentáculos da educação do campo. Revista Germinal, 13(2), 631-653. https://doi.org/10.9771/gmed.v13i2.43887
Vasconcelos, M. L., & Brito, R. H. P. (2014). Conceitos de educação em Paulo Freire. Mack Pesquisa – Fundo Mackenzie de Pesquisa.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposal for Copyright Notice Creative Commons
1. Policy Proposal to Open Access Journals
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
A. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows sharing the work with recognition of its initial publication in this journal.
B. Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in institutional repository or as a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
C. Authors are permitted and encouraged to post their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the editorial process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See the Effect of Open Access).