Território, Luta e Educação: A Experiência da Escola Agrícola 25 de Maio em Fraiburgo (SC)
DOI:
https://doi.org/10.70860/ufnt.rbec.e19798Resumo
O presente artigo analisa como a Escola Agrícola 25 de Maio, situada no município de Fraiburgo (SC), representa uma importante expressão da luta camponesa por terra, educação e dignidade. Este artigo tem como objetivo analisar a trajetória dessa instituição como resultado das transformações históricas e sociais do Meio Oeste catarinense, região marcada pela presença dos caboclos, pela chegada dos imigrantes e pelos conflitos do Contestado, que moldaram sua formação socioespacial. A pesquisa, de natureza qualitativa, fundamenta-se no método materialista histórico e dialético, com base em levantamento bibliográfico e análise de pesquisas acadêmicas e artigos científicos. Busca-se compreender como a Escola articula trabalho, território e conhecimento na construção de uma educação emancipadora, voltada à realidade dos povos do campo. Conclui-se que a Escola 25 de Maio representa um marco na construção de uma educação voltada à formação crítica, técnica e social dos sujeitos do campo, reafirmando a resistência e o protagonismo das comunidades rurais na busca por um desenvolvimento mais justo e solidário, além de ser um instrumento de fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia.
Palavras-chave: educação no campo, agroecologia, movimento sem terra, desenvolvimento territorial, trabalho e emancipação.
Territory, Struggle, and Education: The Experience of the25 de Maio Agricultural School in Fraiburgo (SC)
ABSTRACT. This article analyzes how the Escola Agrícola 25 de Maio, located in the municipality of Fraiburgo (SC), represents an important expression of the rural population’s struggle for land, education, and dignity. The study aims to examine the trajectory of this institution as a result of the historical and social transformations in the Meio Oeste region of Santa Catarina, a territory shaped by the presence of caboclos, the arrival of immigrants, and the Contestado conflicts, which influenced its socio-spatial formation. The research, of a qualitative nature, is based on the historical-dialectical materialist method, supported by a bibliographic survey and analysis of academic studies and scientific articles. The study seeks to understand how the school articulates work, territory, and knowledge in the construction of an emancipatory education, tailored to the reality of rural communities. It is concluded that the Escola 25 de Maio represents a landmark in promoting education aimed at the critical, technical, and social formation of rural populations, reaffirming the resistance and protagonism of these communities in pursuit of a more just and equitable development, while also serving as an instrument to strengthen family farming and agroecology.
Keywords: education in the countryside, agroecology, landless workers’ movement, territorial development, work and emancipation.
Territorio, Lucha y Educación: La Experiencia de la Escuela Agrícola 25 de Mayo en Fraiburgo (SC)
RESUMEN. El presente artículo analiza cómo la Escuela Agrícola 25 de Maio, ubicada en el municipio de Fraiburgo (SC), representa una importante expresión de la lucha campesina por la tierra, la educación y la dignidad. Este artículo tiene como objetivo analizar la trayectoria de esta institución como resultado de las transformaciones históricas y sociales del Medio Oeste de Santa Catarina, una región marcada por la presencia de los caboclos, la llegada de inmigrantes y los conflictos del Contestado, que moldearon su formación socioespacial. La investigación, de naturaleza cualitativa, se fundamenta en el método materialista histórico y dialéctico, basado en un levantamiento bibliográfico y en el análisis de investigaciones académicas y artículos científicos. Se busca comprender cómo la escuela articula trabajo, territorio y conocimiento en la construcción de una educación emancipadora, orientada a la realidad de los pueblos del campo. Se concluye que la Escuela 25 de Maio constituye un hito en la construcción de una educación orientada a la formación crítica, técnica y social de los sujetos del campo, reafirmando la resistencia y el protagonismo de las comunidades rurales en la búsqueda de un desarrollo más justo y solidario, además de ser un instrumento para fortalecer la agricultura familiar y la agroecología.
Palabras clave: educación en el campo, agroecología, movimiento de trabajadores sin tierra, desarrollo territorial, trabajo y emancipación.
Downloads
Referências
Bruggemann, A. A. (2008). Ao poente da Serra Geral: A abertura de um caminho entre as capitanias de Santa Catarina e São Paulo no final do século XVIII. Florianópolis: Editora da UFSC.
Burke, T. J. (1994). Fraiburgo: Do machado ao computador. Gráfica Vicentina.
Caldart, R. (2000). Pedagogia do Movimento Sem Terra: escola é mais do que escola. Petrópolis, RJ: Vozes.
Caldart, R. (2013). Escola e movimento. 1. ed. São Paulo: Instituto de Educação Josué de Castro, Expressão Popular.
Cholley, A. (1964). Observações sobre alguns pontos de vista geográficos. Boletim Geográfico, 22(179), mar/abr. CNG/IBGE.
Cunha, I. J. (1992). O salto da indústria catarinense: Um exemplo para o Brasil. Florianópolis: Paralelo 27.
Darossi, F. P. (2017). A Lei de Terras em Santa Catarina e a consolidação do Estado Imperial Brasileiro (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.
Domingues, S., Santos Júnior, C. F. dos., Nunes, A., & Bonadiman, A. (2021). Agroecologia e Pedagogia da Alternância: um estudo de caso da Escola Tecnológica de Fraiburgo, Santa Catarina. Revista Brasileira De Estudos Pedagógicos, 102(262), 764–786. https://doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.102i262.4247
Escola de Educação Básica 25 de Maio. (2018). Projeto político-pedagógico. Fraiburgo, SC.
Emerique, L. P. (2010). A produção de maçãs no sul do Brasil. Cadernos Geográficos, (21), [sem página específica]. Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Geociências.
Espig, M. J. (2023). O trem do futuro e suas ciladas: A construção da ferrovia do Contestado. In R. R. Rodrigues et al. (Orgs.). A guerra santa do Contestado tintim por tintim (pp. 127–139). São Paulo: Letra e Voz.
Espíndola, C. J. (1999). As agroindústrias no Brasil: o caso Sadia. Grifos.
Freire, P. (1983). Pedagogia do oprimido (12ª ed.). Paz e Terra.
Frigotto, G. (2010). Projeto societário contra-hegemônico e educação do campo: desafios de conteúdo, método e forma. In A. Munarim et al. (Org.). Educação do campo: reflexões e perspectivas (p. 19-46). Florianópolis, SC: Insular.
Mamigonian, A. (1987). Introdução ao pensamento de Ignácio Rangel. Revista Geosul (UFSC), 2(3), Florianópolis.
Marx, K. (1983). O capital: Crítica da economia política (Vol. 1, Tomo 1). São Paulo: Abril Cultural.
Moser, J. M. (1990). Solos. In IBGE (Ed.), Geografia do Brasil: Região Sul (Vol. 2). IBGE.
Peluso Junior, V. A. (1991). Aspectos geográficos de Santa Catarina. Florianópolis: FCC/EDUFSC.
Santin, A. (2019, 5 de novembro). Escola do MST comemora 30 anos em Santa Catarina. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. https://mst.org.br/2019/11/05/escola-do-mst-comemora-30-anos-em-santa-catarina/
Santos, M. (1977). Sociedade e espaço: A formação social como teoria e como método. Boletim Paulista de Geografia, (54), 81–100.
Silva, J. Jonas B. da., & Sousa, M. L. P. de. (2018). A Educação no MST: um instrumento de luta revolucionária no campo. Revista De Políticas Públicas, 22, 1213–1230. https://doi.org/10.18764/2178-2865.v22nEp1213-1230
Silva, M. da. (2017). A geografia do capital em Fraiburgo-SC: Da araucária à produção de grãos (153 p.).
Lopes, G. P. (1985). Glória de pioneiros: Vale do Rio do Peixe 1930–1984. Editora Lítero-Técnica.
Veado, R. W. a. V. (2016). Capítulo 1 – Geossistemas de Santa Catarina. In I. de O. Rocha (Org.), Atlas geográfico de Santa Catarina: Diversidade da natureza – Fascículo 2 (2ª ed.). Secretaria de Estado do Planejamento, Diretoria de Estatística e Cartografia; Editora da UDESC
Vieira, M. G. E. de D., & Pereira, R. M. F. do A. (1996). Formações sócio-espaciais catarinenses: Notas preliminares. In Anais do Congresso de História e Geografia de Santa Catarina.
Vieira, M. G. E. D. (2011). Notas sobre a gênese das formações sócio-espaciais do planalto catarinense. In A. Mamigonian (Org.). C. J. Espínola et al., Santa Catarina: Estudos de geografia econômica e social. Florianópolis: GCN/CFH/UFSC.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Agatha da Rosa dos Santos, Yuri Lima Perotto, Rosa Elisabete Militz Wypyczynski Martins, Carlos José Espíndola

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposal for Copyright Notice Creative Commons
1. Policy Proposal to Open Access Journals
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
A. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows sharing the work with recognition of its initial publication in this journal.
B. Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in institutional repository or as a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
C. Authors are permitted and encouraged to post their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the editorial process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See the Effect of Open Access).





