Os itinerários formativos para os estudantes do campo na Amazônia Acreana e o currículo transgressor
DOI:
https://doi.org/10.70860/ufnt.rbec.e19740Resumo
Nesse estudo temos por objetivo analisar o Currículo de Referência Único do Acre (CRUA) com foco na Educação do Campo a fim de compreender de que modo este currículo está organizado no contexto dos itinerários formativos e, a partir disso, refletir sobre o contraste dessa organização com a ideia de transgredir ao currículo prescrito e o ensino tradicional nas práticas pedagógicas para o Ensino Médio (E.M). Trata-se de um estudo com uma abordagem qualitativa na qual utilizamos a metodologia da pesquisa documental no CRUA e no Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) Nº 03/2018 que trata das atualizações nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) para o E.M tendo como referencial teórico de análise os seguintes autores: Molina (2004; 2006), Gadotti (1995) e Spivak (2010). O estudo realizado apontou que os itinerários formativos do ensino médio para a Educação do Campo demonstram indícios de estar organizado de maneira colonial na medida em que não permite uma maior flexibilidade para a construção social do currículo. Concluímos, assim, que há dificuldades para a viabilidade de práticas pedagógicas críticas e libertadoras para os sujeitos marginalizados da Educação do Campo e suas epistemologias inferidas a partir do estudo documental concretizado.
Palavras-chave: Amazônia Acreana, Educação do Campo, Itinerários Formativos, Currículos Transgressores.
Educational pathways for rural students in the Acrean Amazon and the transgressive curriculum
ABSTRACT. In this study we aim to analyze the Single Reference Curriculum of Acre (SRCA) with a focus on Rural Education in order to understand how this curriculum is organized in the context of training itineraries and, from this, reflect on the contrast of this organization with the idea of transgressing the prescribed curriculum and traditional teaching in pedagogical practices for High School (H.S). This is a study with a qualitative approach in which we used the documentary research methodology in SRCA and in the Opinion of the National Education Council (NEC) No. 03/2018, which deals with updates to the National Curricular Guidelines (NCG’s) for H.S, using the following authors as the theoretical analysis framework: Molina (2004; 2006) and Spivak (2010). The study realized pointed out that the training itineraries of secondary education for Rural Education show evidences of being organized in a colonial way in that it does not allow greater flexibility for the social construction of the curriculum. We conclude, therefore, that there are difficulties in the viability of critical and liberating pedagogical practices for the marginalized subjects of Rural Education and their epistemologies inferred from the documentary study carried out.
Keywords: Acre Amazon, Rural Education, Formation Itineraries, Transgression Curriculum.
Rutas educativas para estudiantes rurales de la Amazonia Acreana y el currículo transgresor
RESUMEN. En este estudio pretendemos analizar el Currículo Único de Referencia de Acre (CURA) con enfoque en la Educación Rural para comprender cómo se organiza este currículo en el contexto de los itinerarios formativos y, a partir de ello, reflexionar sobre el contraste de esta organización con la idea de transgredir el currículo prescrito y la enseñanza tradicional en las prácticas pedagógicas para la Escuela Secundaria (E.S). Este es un estudio con enfoque cualitativo en el que utilizamos la metodología de investigación documental en el CURA y en el Dictamen del Consejo Nacional de Educación (CNE) No. 03/2018, que aborda las actualizaciones de las Directrices Curriculares Nacionales (DCN) para la E.M., tomando como marco de análisis teórico los siguientes autores: Molina (2004; 2006) y Spivak (2010). El estudio realizado señaló que los itinerarios formativos de la educación secundaria para la Educación Rural presentan signos de estar organizados de manera colonial en cuanto no permite una mayor flexibilidad para la construcción social del currículo. Concluimos, por tanto, que existen dificultades en la viabilidad de prácticas pedagógicas críticas y liberadoras para los sujetos marginados de la Educación Rural y sus epistemologías inferidas del estudio documental realizado.
Palabras clave: Acre Amazonía, Educación del Campo, Itinerarios Formativos, Currículums Transgresores.
Downloads
Referências
Acre, Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes. (2021). Currículo de Referência Único do Estado do Acre. Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esportes do Acre. https://www.gov.br/mec/pt-br/novo-ensino-medio/pdfs/RCSEEAC.pdf
Conselho Nacional de Educação (Brasil). Câmara de Educação Básica. (2018). Parecer nº 03/2018: Atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, observadas as alterações introduzidas na LDB pela Lei nº 13.415/2017. Ministério da Educação. http://www.abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Parecer-cne-ceb-003-2018-11-08.pdf
Caldart, R. S. (2003). A escola do campo em movimento. Currículo sem Fronteiras, 3(1), 60–81.
Freire, P. (1996). Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Paz e Terra.
Gadotti, M. (1995). Concepção dialética da educação: Um estudo introdutório. Cortez.
Gil, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6ª ed.). Atlas.
Hage, S. M. (2012). Por uma escola do campo de qualidade social: transgredindo o paradigma (multi)seriado de ensino. In: M. C. Molina & H. C. A. Freitas (Orgs.), Educação do Campo (pp. 97-113). Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. 24(85), 97-113).
Machado, T. M. R., Correia, M. J. N., & Silva, C. E. (2021). O novo normal: controvérsias da educação remota em meio à pandemia. In: Anais do 7º Seminário Anpae Norte (Vol. 01). (Evento realizado em 2022, Rio Branco, Acre).
Machado, T. M. R. (2013). O currículo do ócio: da negação à ressignificação. In: G. R. Albuquerque et al. (Orgs.), Anais do VII Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul Ocidental: Diásporas Amazônicas (pp. [números das páginas não fornecidos]). Edufac.
Machado, T. M. R. (2007, outubro). Organização curricular: objetivos ou competências e habilidades? Procurando a diferença entre “seis e meia dúzia” [Apresentação em painel]. 30ª Reunião Anual da ANPEd, Caxambu, Minas Gerais, Brasil.
Molina, M. C. (2006). Educação do campo e pesquisa: Questões para reflexão. Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Molina, M. C., & Jesus, S. M. S. A. (Orgs.). (2004). Contribuições para a construção de um projeto de Educação do Campo (Coleção Por Uma Educação do Campo, Nº 5). Articulação Nacional Por Uma Educação do Campo.
Navarrete, J. M. (2014). Colonialidad y des/colonialidad en América Latina: Elementos teóricos. GEOgraphia, 15(30), pp. 8–32.
Saviani, N. (2003). Currículo: um grande desafio para o professor. Revista de Educação, (16), 35-38.
Santos, B. S., & Meneses, M. P. (2010). Introdução. In: B. S. Santos & M. P. Meneses (Orgs.), Epistemologias do Sul. Cortez.
Spivak, G. C. (2010). Pode o subalterno falar? (S. R. G. Almeida, M. P. Feitosa, & A. P. Feitosa, Trads.). Editora UFMG. (Originalmente publicado em 1988).
Silva, T. T. (2016). Documentos de identidade: Uma introdução às teorias do currículo (8ª ed.). Autêntica Editora.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Klebe Miranda de Lima, Beatriz França de Morais, Tânia Mara Rezende Machado

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Proposal for Copyright Notice Creative Commons
1. Policy Proposal to Open Access Journals
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
A. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under the Creative Commons Attribution License that allows sharing the work with recognition of its initial publication in this journal.
B. Authors are able to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex .: publish in institutional repository or as a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
C. Authors are permitted and encouraged to post their work online (eg .: in institutional repositories or on their website) at any point before or during the editorial process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of published work (See the Effect of Open Access).





